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Calçado português resiste

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Calçado português resiste

As empresas de calçado exclusivamente portuguesas estão a conseguir adaptar-se a um novo modelo competitivo e a migrar a produção para segmentos de mercado cada vez mais exigentes e, por essa via, a alavancar o sector em Portugal. Segundo dados do Gabinete de Estudos da APICCAPS, as exportações das empresas totalmente portuguesas aumentaram 22% entre 2000 e 2008, para um total de 1131 milhões de euros.

Em termos gerais, as empresas exclusivamente portuguesas têm actualmente uma quota de 89% do total de calçado exportado. Um número bem diferente do registado em 2000. Com efeito, o peso relativo das multinacionais instaladas em Portugal recuou de 39% para 11% em apenas oito anos.

Os dados apurados permitem concluir que, de 2000 a 2008, as exportações das empresas de calçado de capital estrangeiro caíram 72,6%. Em termos absolutos, há uma quebra de 423 milhões de euros nas exportações das multinacionais, passando as exportações de 583 milhões em 2000 para apenas 160 milhões de euros em 2008.

Outro dado curioso prende-se com o reforço da capacidade exportadora da indústria portuguesa de calçado desde o ano 2000. Assim, não obstante o desinvestimento directo estrangeiro, o peso das exportações na produção nacional de calçado passou de 87,2% em 2000 para 95,5% em 2008. Por outras palavras, foram as empresas exclusivamente portuguesas que permitiram que o sector de calçado se tivesse afirmado neste período como o sector mais internacionalizado da economia portuguesa.

Ainda no plano do comércio externo, o desinvestimento directo estrangeiro contribuiu decisivamente para uma distribuição mais equilibrada das exportações nacionais. Com efeito, o mercado alemão e inglês foram perdendo peso no mapa das exportações portuguesas de calçado (passaram de 29% em 2000 para 20% em 2008), enquanto que países como a França, Espanha e Holanda passaram a perfilar-se agora como alguns dos mercados mais relevantes. O desinvestimento directo estrangeiro permitiu, assim, que o calçado português reforçasse a procura de novos mercados. Em 2008, pela primeira vez, a indústria portuguesa de calçado exportou para um total de 118 países, chegando naturalmente a todos os continentes.  

Fonte: APICCAPS
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