No contexto de compromisso nacional e global com a sustentabilidade e a redução de emissões, o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal realizou o cálculo das suas emissões de CO2 para os anos de 2022 e 2023. É importante salientar que este cálculo foi efetuado considerando apenas os âmbitos 1 e 2 da energia, que abrangem as emissões diretas de GEE e as emissões indiretas de GEE, respetivamente. As emissões diretas (âmbito 1) são aquelas controladas pela empresa, por exemplo, as emissões da frota da empresa ou os gases emitidos pelos processos industriais. As emissões indiretas (âmbito 2) são consequência das atividades da empresa e, portanto, não são diretamente verificadas pela empresa, mas que ocorrem em fontes que pertencem ou são controladas por outra empresa, sendo exemplo disso as emissões associadas à produção de eletricidade que uma dada empresa compra a um fornecedor.
Esta iniciativa do CTCP não só demonstra o alinhamento do setor do calçado com as metas nacionais e internacionais de redução de emissões, mas também reafirma o compromisso da instituição com a
transparência e a
responsabilidade ambiental. Ao realizar este cálculo, o CTCP dá um passo significativo na compreensão do seu próprio impacto ambiental e estabelece uma base sólida para futuras ações de mitigação. Assim sendo, o CTCP compromete-se a realizar este cálculo anualmente, partilhando-o com todos os seus
stakeholders, permitindo um acompanhamento contínuo da sua pegada de carbono e facilitando a identificação de potenciais áreas de melhoria. Esta iniciativa não só beneficia o próprio CTCP, como também serve de exemplo e inspiração para outras empresas do cluster do calçado seguirem o mesmo caminho. Consultar Relatório de 2022
AQUI e Relatório de 2023
AQUI.
Contexto Global e Nacional das Alterações Climáticas
As alterações climáticas e o aumento da temperatura da superfície terrestre têm sido uma preocupação crescente da comunidade científica internacional há várias décadas. Desde os anos 70, os países têm promovido uma sucessão de reuniões a nível mundial, no sentido de planearem e implementarem ações de combate às alterações climáticas e ao seu impacto na vida da Terra como a conhecemos. No âmbito desses encontros e momentos chave, foram estabelecidos vários Protocolos e Acordos que vão sendo ratificados pelos governos.
Um marco significativo nestes esforços foi o Acordo de Paris, aprovado em 12 de dezembro de 2015. Este acordo estabelece objetivos concretos para a redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE), visando limitar o aumento da temperatura média global a níveis abaixo dos 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, com uma ambição ainda maior de limitar este aumento a 1,5ºC. Atualmente, o Acordo conta com a ratificação de 195 partes, incluindo 194 países e a União Europeia, representando mais de 98% das emissões globais de GEE. Em resposta a este compromisso global, Portugal comprometeu-se em 2016 a assegurar a neutralidade das suas emissões até ao final de 2050. Para concretizar este objetivo, o governo português desenvolveu o Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030) e aprovou o Roteiro para a Neutralidade carbónica 2050 (RNC 2050). Estas iniciativas estabelecem metas ambiciosas, incluindo a redução das emissões de GEE em 45% a 55% até 2030, o aumento da eficiência energética em 35% e a incorporação e 47% de fontes renováveis da energia final, alinhando-se assim com os objetivos internacionais de mitigação das alterações climáticas.
CTCP apoia as empresas do Setor do Calçado
Neste sentido, o CTCP lança um novo serviço de consultoria para as empresas do setor: o cálculo das emissões de CO2. Este serviço permitirá às empresas quantificar as suas próprias emissões, identificar oportunidades de redução de GEE e desenvolver estratégias de mitigação eficazes. Num mercado global cada vez mais consciente das questões ambientais, este novo serviço representa uma oportunidade estratégica crucial, permitindo que as empresas do setor do calçado se diferenciem positivamente, atraindo consumidores conscientes, potenciais investidores e parceiros comerciais que privilegiam organizações comprometidas com o impacto da sua atividade no ambiente. Mais do que uma simples ferramenta de gestão, trata-se de uma abordagem estratégica que pode conferir uma vantagem competitiva significativa num contexto empresarial onde a sustentabilidade deixou de ser uma opção para se tornar uma necessidade.