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Investvar vai manter produção e centro de competências em Portugal

terça-feira, 1 de setembro de 2009
Investvar vai manter produção e centro de competências em Portugal

 
O vice-presidente da Investvar, Artur Duarte, garantiu à Lusa que após a reestruturação a empresa manterá em Portugal grande parte da produção e, sobretudo, "um dos seus principais activos: o centro de desenvolvimento de competências e produto".
"O maior centro de desenvolvimento de valor acrescentado para a indústria continuará em Portugal, na fábrica de Esmoriz, que será responsável por mais de metade da produção da MoveOn [nova marca própria da Investvar], que é totalmente portuguesa", assegurou o fundador do grupo de calçado.
No âmbito do processo de reestruturação, que está a ser liderado pelo presidente Pedro Ribeiro da Cunha, Artur Duarte admite que venham a ser "vendidas, leiloadas ou mesmo cedidas a antigos administradores" as duas fábricas que a Investvar possui em Castelo de Paiva, no âmbito de uma eventual cisão entre as áreas industrial e comercial do grupo.
"Estas duas unidade industriais - a fabricante de solas Ilpe Ibérica e a produtora de calçado Glovar - têm de ser redimensionadas e pensadas numa estratégia e dinâmica completamente diferentes", disse, salientando que ambas continuarão a trabalhar com a Investvar.
"Não há alteração relativamente ao que estava projectado com a Aerosoles [marca da americana Aerogroup que a Investvar vai deixar de comercializar a partir de Fevereiro de 2010]. A Ilpe continua a ser central na estratégia da MoveOn", salientou Artur Duarte.
Segundo explicou, "o grande objectivo é que as duas fábricas [de Castelo de Paiva] não estejam tão dependentes da Investvar", conquistando outros clientes e mercados.
"Mas a Investvar continuará a ser mais um cliente. Estamos empenhados em que, sempre que possível, a produção seja feita em Portugal", assegurou.
De acordo com Artur Duarte, actualmente Portugal assegura 60 por cento da produção da Investvar (incluindo o que fabrica para a Aerosoles e para private label ), sendo os restantes 40 por cento produzidos na fábrica que o grupo possui na Índia.
"No futuro admito que este equilíbrio se inverta, mas 40 por cento da produção total - e mais de metade da marca MoveOn - continuará em Portugal", disse.
É que, frisou, se em termos de custos Portugal não consegue concorrer com a Índia, quando estão em causa pequenas séries e encomendas mais rápidas "é preciso que a produção seja em Portugal".
Relativamente à eventual cisão entre as áreas industrial [as fábricas de Castelo de Paiva e Esmoriz] e comercial [a rede internacional de retalho actualmente sob a insígnia Aersoles e futuramente MoveOn] da Investvar, Artur Duarte diz que está ainda a ser estudada.
Neste âmbito, não põe de parte um possível interesse em assumir a parte industrial, "desde que inclua também o centro de desenvolvimento de produto".
"Aí podemos sentar-nos à mesma mesa e falar", admitiu, salientando que "não há qualquer compromisso" e remetendo qualquer decisão para depois de fixados os termos da reestruturação da Investvar e, sobretudo, assegurada a viabilidade financeira da empresa através da conversão em capital dos 40 milhões de euros de dívidas à banca.
"O que me preocupa é a viabilização do todo. Depois já há estudos feitos, ideias e conversas já tidas que poderão ser implementadas em duas semanas", disse.
Segundo Artur Duarte, caso se concretize a pretensão do presidente, Pedro Ribeiro da Cunha, de até final de Setembro fazer aprovar em assembleia-geral o aumento de capital e a reestruturação financeira da Investvar, "em Outubro a grande maioria das decisões poderá ser implementada".

Fonte: Público,20.Ago.09
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