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Setor reunido para debater a revolução digital no desenvolvimento do produto

Digital Shift Summit

Evento realizou-se no âmbito da agenda mobilizadora FAIST
Setor reunido para debater a revolução digital no desenvolvimento do produto

Com o objetivo de tornar a indústria portuguesa do calçado na mais moderna do mundo, o FAIST – Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica surgiu com o intuito de assegurar junto das empresas uma maior eficiência produtiva e rentabilidade, e em simultâneo melhorar as condições de trabalho e a flexibilidade na capacidade de dar respostas às exigências do mercado.

Um projeto que envolve várias empresas do setor, desde fabricantes de calçado, peles, artigos de couro, materiais, componentes, equipamentos e maquinaria, cujo investimento é de cerca de 49 milhões de euros, verbas provenientes do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência.

Para apresentar a toda a comunidade alguns resultados da agenda mobilizadora FAIST, a empresa MIND, em parceria com o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP) e com a APICCAPS, promoveu a ação de demonstração Digital Shift Summit, cujo tema focou-se na revolução digital no desenvolvimento do produto, realizada no dia 13 de março, no WOW, em Vila Nova de Gaia, que reuniu mais duas centenas de pessoas diretamente afetas ao cluster.

A abertura coube a João Maia, diretor-geral da APICCAPS, que enalteceu o avultado investimento que está a ser feito transversalmente em todo o setor, entre os projetos FAIST e BioShoes4All, que ascende aos 100 milhões de euros, alertando para a importância da cooperação entre os industriais do cluster. “Só através da partilha podemos tornar a indústria mais competitiva a nível internacional”, referiu, não terminando a sua intervenção sem recordar Paulo Martins, empresário e vice-presidente da APICCAPS, que nos deixou em fevereiro.

José Pulido Valente, presidente do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, abordou a conjuntura mundial e os desafios atuais imputados à globalização, que afetam as importações portuguesas, alertando que todos devem estar preparados para o presente e para o futuro. Enalteceu o espírito de inovação e ambição do setor do calçado, referindo que “as circunstâncias atuais são incertas, mas ainda não são adversas” e que “a primeira sustentabilidade é a económico-financeira das empresas”.

Boas-vindas dadas, tempo para Florbela Silva, do CTCP, coordenadora do projeto FAIST, detalhar a influência desta agenda mobilizadora no setor, salientando as verbas alocadas e detalhando que a execução situa-se, à data, nos 75%. “São 80 resultados tecnológicos que levaram à concretização de 34 PPS [produtos, processos e serviços]. Vai criar 300 postos de trabalho, 100 dos quais altamente qualificados”, o que desmistifica a alegoria de que esta agenda provocará desemprego; pelo contrário.

Cristiano Figueiredo, do CTCP, um dos responsáveis pela implementação prática do FAIST, agradeceu os esforços de todas as empresas que integram o consórcio, em prol do desenvolvimento do calçado português, dando ainda uma contextualização do que é a transformação digital do setor – e destacou a criação da unidade-piloto de digitalização do CTCP, ao dispor de todos os parceiros.

As sessões temáticas iniciaram-se com a intervenção de Mark Dube (Columbia), que abordou a redução da amostra e a entrada rápida do produto no mercado, seguindo-se as apresentações de António Macedo (Softideia), Rui Mendes (Olifel) e Fillipe Ribeiro (JPM Industry), ‘debaixo’ do tema da inovação nos sistemas de gestão da produção.

Alexandre Carneiro (Abílio P. Carneiro & Filhos) falou da gestão de vários catálogos de uma perspetiva B2B; José Augusto Santos (Expandindustria) de plataformas digitais para a comunicação, avaliação de desempenho e formação; Susana Caldas (Nimco) da personalização no calçado ortopédico; Vera Teixeira (Celita) de sistemas de produção offline; e Milton Duarte (ProCalçado) da renderização como alternativa à fotografia.

Antes do encerramento, ‘mesa-redonda’ com moderação de Paulo Gonçalves, da APICCAPS, que contou com os contributos de Gonçalo Costa (CTCP), Ricardo Conceição (Shoelutions), André Ribeiro (Celita) e Ricardo Costa (Rodiro), que abordaram e debateram a digitalização na indústria do calçado.

Em tom de conclusão e balanço sobre a Digital Shift Summit, tomou da palavra Luísa Correia, diretora-geral do CTCP, que destacou a “tarde de partilha, reflexão e, acima de tudo, inspiração sobre o futuro da indústria portuguesa do calçado e dos artigos de pele”. “A competitividade do futuro exige que continuemos a evoluir. Hoje, mais que nunca, ficou claro que a transformação digital não é uma opção – é um caminho incontornável para garantir um crescimento sustentável e fortalecer a nossa posição no mercado global”.

Sobre o FAIST, garante demonstrar “que Portugal tem o talento, a visão e as ferramentas necessárias para liderar esta revolução”. “As inovações que apresentámos não são apenas tecnologias, mas soluções concretas que impulsionam novos modelos de produção, maior personalização e processos mais inteligentes. Ficou também evidente que a inovação não acontece isoladamente, exige colaboração entre empresas, universidades e centros tecnológicos. Só através da partilha de conhecimento e experiências conseguiremos consolidar um ecossistema dinâmico e preparado para os desafios do futuro”, afiançou, terminando com agradecimentos a todos os tornaram o evento possível: CTCP, APICCAPS e MIND; oradores, especialistas e todos os participantes.

Antes de se fecharem as cortinas da Digital Shift Summit, João Bernardo, CEO da MIND, não deixou de prestar o seu agradecimento a todos os presentes, enaltecendo a importância de eventos deste cariz para unir e promover o setor, nacional e internacionalmente.



Data Publicação: terça-feira, 18 de março de 2025
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