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Próxima MICAM será uma vitrine completa das principais marcas internacionais

terça-feira, 22 de novembro de 2022
Entrevista com Giovanna Ceolini, Presidente da MICAM
Próxima MICAM será uma vitrine completa das principais marcas internacionais

Giovanna Ceolini é, desde agosto passado, a Presidente da Assocalzaturifici, a associação italiana do calçado. Por inerência é, igualmente, a responsável-máxima da MICAM. Nesta primeira entrevista ao Jornal da APICCAPS analisa o mercado, projeta o futuro e aborda as novas iniciativas para atrair mais compradores internacionais para, assim, reforçar a relevância da feira de Milão no plano externo.

A MICAM acaba de lançar uma nova campanha com o tema 'Feiticeiro de Oz'. Este é o momento de superar nossos medos e voltar aos negócios como sempre?
Certamente. Para além das dificuldades por causas externas, como o aumento dos preços das matérias-primas e o aumento dos custos da energia, a MICAM e a indústria do calçado estão a todo vapor. A MICAM de Oz representa a jornada das empresas de calçado rumo ao horizonte da sustentabilidade. Este terceiro conto de fadas foi escolhido pelo seu significado mais profundo, que considera a auto-estima, ou seja, a capacidade de acreditar em si mesmo e nas próprias capacidades como uma das chaves mais importantes para o sucesso.

Uma metáfora da vida?
Precisamente. Este conto de fadas é também uma metáfora da vida empreendedora, feita de grandes e pequenos desafios a serem superados todos os dias e metas a serem alcançadas. Agora, mais do que nunca, não é fácil estar no mundo dos negócios: é preciso estar atualizado e abordar temas-chave como a sustentabilidade; agora um tema incontornável, com muita determinação e espírito ético. A história, dividida em dois capítulos, acompanhará os visitantes nas duas próximas edições da MICAM, representando dois momentos-chave da história, reinterpretados com uma ironia contemporânea. As fotos da campanha são do fotógrafo Fabrizio Scarpa, enquanto os vídeos são do diretor Giuseppe Cardaci. Cada capítulo da campanha de comunicação ganhará vida por meio de uma experiência especial de exibição na feira física. Um exemplo da comunicação integrada que cada vez mais acompanha a MICAM em todas as plataformas de comunicação: feira física, redes sociais, website, meios tradicionais e digitais. Com esta campanha, a exposição volta a focar-se no tema da sustentabilidade.

Quais são suas expectativas para a próxima edição da MICAM?
Como sempre, será uma vitrine completa das principais marcas internacionais. Além disso, espero ver um interesse crescente na sustentabilidade e na abordagem verde que agora permeia o setor, bem como um programa de eventos cada vez mais denso no espaço MICAM X. Certamente, haverá muito espaço dedicado a empresas jovens e designers emergentes, uma vez que eles representam o futuro e são o teste decisivo do caminho a percorrer, tanto em termos de estética como de materiais. Acredito também que a área comum de comunicação se tornará ainda mais importante. As feiras não podem sobreviver sem as novas plataformas sociais.

A MICAM decidiu que a próxima edição terá a duração de 4 dias. Qual foi a base para tal decisão?

A última edição da MICAM fechou com um desempenho muito bom e, por isso, a pedido dos expositores, decidimos voltar à fórmula antiga incluindo um dia adicional. Os visitantes terão novamente quatro dias para explorar esta visão alargada de tudo o que de melhor a indústria do calçado tem para oferecer, com um calendário de workshops que visa aproximar as empresas  do setor. Não posso deixar de destacar, igualmente, o programa de conferências, que abordará e explorará quer a oferta quer a procura em Itália, mas também na Europa e no resto do mundo.
 
As feiras internacionais parecem ainda não ter atingido níveis pré-pandemia. Na sua opinião, quais são as razões para isso?
A MICAM fechou a edição de setembro com resultados satisfatórios, mas certamente a nível global a situação ainda está longe dos níveis pré-Covid. Existem muitas causas que contribuem para esta lenta recuperação. Uma das principais razões é que a pandemia colocou o setor em standby nos últimos dois anos, por isso muitas empresas estão agora em situação financeira mais débil e algumas até fecharam. Depois, além do aumento dos preços da energia e das matérias-primas, há as dificuldades causadas pela escalada do conflito russo-ucraniano. Além disso, muitas empresas esperaram para voltar a participar de feiras, pois preferem direcionar seus esforços em outras direções neste momento. A contingência atual não nos permite, portanto, fazer previsões de longo prazo, embora se assista a uma tendência de recuperação global.
 
Que ações estão desenvolvendo para atrair mais clientes internacionais?
A MICAM tem uma capacidade invulgar de antecipar as tendências. Na próxima edição ofereceremos  uma aposta mais substantiva na sustentabilidade que, recordo, está no centro das nossas políticas e de todas as empresas de calçado. É um pilar sobre o qual se constrói uma sólida estratégia de negócios. Sustentabilidade e inovação, em conjunto, serão a chave para gerar maior valor para as empresas. Estamos também a reforçar o atendimento aos compradores internacionais. Adicionalmente, estamos a preparar um calendário de congressos na área MICAM X, com workshops protagonizados pelos maiores especialistas do setor.

O calçado português tem marcado uma forte presença na MICAM. O que espera da delegação portuguesa para a próxima edição?
A MICAM é um encontro muito importante para os fabricantes portugueses de calçado e marroquinaria, uma oportunidade de negócio indispensável, sobretudo neste momento em que tentamos regressar a uma tão necessária normalidade.

O que nos pode dizer sobre a relação entre a MICAM e a APICCAPS?
Sempre tivemos uma relação forte com a APICCAPS e vamos tentar fortalecê-la ainda mais com iniciativas que fomentem o comércio entre os dois países.

Fonte: APICCAPS
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