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Adidas vai encerrar “speedfactories” na Europa e Estados Unidos

quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Adidas vai encerrar “speedfactories” na Europa e Estados Unidos

A produção nas fábricas quase totalmente automatizadas vai ser descontinuada no máximo em abril de 2020.

A Adidas decidiu encerrar as chamadas "speedfactories" em Ansbach, na Alemanha, e Atlanta, nos Estados Unidos, duas unidades de produção desenvolvidas pela empresa alemã para o fabrico de calçado desportivo de forma quase totalmente automatizada, com recurso à tecnologia e muito pouca mão-de-obra.

As unidades, geridas em parceria com a especialista em plásticos Oechsler, serão fechadas "no máximo em abril de 2020", de acordo com um comunicado da Adidas divulgado.

Apesar disso, a empresa adianta que alguns dos processos desenvolvidos nas speedfactories vão ser adotados, no final deste ano, por dois fornecedores na Ásia, onde os custos de produção são muito mais baixos.

"A produção nas duas speedfactories em Ansbach, Alemanha, e Atlanta, Estados Unidos, será descontinuada em abril de 2020, no máximo. No futuro, a Adidas vai concentrar ainda mais os seus recursos e competência na modernização dos seus fornecedores e em utilizar a tecnologia 4D na produção de calçado desportivo", refere a empresa em comunicado.

O projeto experimental foi desenvolvido pela Adidas como forma de trazer para as economias desenvolvidas e com custos mais altos parte da produção, que é feita maioritariamente em países asiáticos.

A decisão é um revés para quem espera que projetos como as fábricas de velocidade representem o início de uma nova era de fabricação na Europa e na América do Norte. As instalações foram montadas como uma maneira de a Adidas produzir lucrativamente calçado em economias desenvolvidas e de alto custo.

A Bloomberg detalha que nas instalações de Ansbach, que tem metade do tamanho de um campo de futebol, foram necessários apenas 160 funcionários para produzir 1.500 pares de sapatos por dia, ou 500.000 por ano. O processo altamente automatizado substituiu as tarefas manuais de costura e colagem pela moldagem e colagem feita por máquinas, resultando no fabrico de sapatos desportivos em apenas um dia, em comparação com os dois ou três meses que são necessários na Ásia, onde os vários componentes têm de ser transportados entre fornecedores diferentes até se obter o produto final.

A Oechsler lamenta a decisão da Adidas. "Obtivemos informações extremamente valiosas que já foram e continuarão a ser incorporadas na produção de outras divisões do Oechsler Group", disse a empresa em comunicado, citado pela agência noticiosa.

A decisão da Adidas acontece também num contexto de crescentes tensões globais que afetam a indústria de calçado. Em maio, a Adidas assinou uma carta aberta ao presidente Donald Trump a alertar sobre os riscos das tarifas entre os EUA e a China. Esse documento dizia que mais taxas sobre sapatos fabricados na China seriam "catastróficas para os nossos consumidores, as nossas empresas e a economia americana como um todo".

Fonte: jornaldenegocios.pt
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