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7 marcas nacionais premiadas

sexta-feira, 13 de setembro de 2013
7 marcas nacionais premiadas

Centenário, Guava, Lemon Jelly, Profession Bottier e Bo-Bell foram as marcas distinguidas com os prémios Inovação Design na Fileira do Calçado, iniciativa conjunta do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal e que vai já na sua 11ª edição. Os jovens criadores Ana Amorim e Hugo Costa foram também galardoados com os prémios GAPI 2013, atribuídos  no segundo dia da GDS. A principal feira de calçado alemã, que  contou com a presença de 71 expositores nacionais.


Profession Bottier
Marca de luxo para homem da Ferreira, Avelar & Irmão - empresa de Santa Maria da Feira fundada em 1947 e que conta já com a terceira geração familiar a gerir os negócios -, a Profession Bottier é conhecida por calçar famosos do mundo da politica, do futebol ou das artes, como Nicholas Sarcozy, Luís Figo, Cristiano Ronaldo ou Michael Bublé. Na entrega dos óscares de 2011, pelo menos 18 famosos pisaram a passadeira vermelha calçando sapatos Profession Bottier. Este ano, a empresa venceu, na GDS, o prémio GAPI na categoria Coleção Prestígio . A marca só existe desde 1994, e vale 15% da faturação da Ferreira e Avelar.
O objetivo, diz Rúben Avelar, é duplicar este número e chegar aos 30% nos próximos dois anos. “Já chegou a valer quase 50% da nossa faturação no início da década de 2000, mas a reestruturação do mercado e a transformação da rede de agentes e o aparecimento do comércio online e dos department stores fez com que fossemos perdendo mercado e o private label (produção em regime de subcontratação e que, que, no caso da Ferreira e Avelar, são algumas das marcas de maior prestígio internacional, como a Kenzo, Lanvin e Van Bommel) foi ganhando projeção dentro da fábrica”, explica Rúben Avelar. A marca está a fazer uma aposta “muito forte” em mercados como o francês e alemão, tentando, ainda, entrar no Japão (país onde tem já 5% de quota de produção, mas em regime de private label) e aumentar a notoriedade da marca na China.
O objetivo de abrir lojas Profession Bottier no mercado chinês até 2015 mantém-se atual, e a empresa vai fazer-se representar na edição de outubro da Micam Xangai como forma de intensificar a abordagem ao mercado. “Estamos a procurar criar uma estrutura local de vendas porque o produto que apresentamos na china tem um preço de 450 a 500 euros, pelo que não são admitidas falhas. Como diz o nosso agente local, na China só se tem uma oportunidade. Se o tiro não acertar no alvo, bem que podemos pegar nas malinhas e vir embora, porque o mercado se fecha”, diz Rúben. A Ferreira e Avelar teve um volume de negócios de cinco milhões de euros em 2012 e espera este ano faturar mais um milhão.


Lemon Jelly
Criada no início de 2013, a Lemon Jelly é um projeto industrial da Procalçado, empresa especializada em solas e que este ano comemora 40 anos. Da experiência acumulada na injeção de solas nasceu, há 10 anos, a produção de calçado moldado em pvc e outros polímeros, passando a fornecer marcas como Luís Onofre ou Carolina Herrera. Em 2008 a Procalçado lança a Wock, vocacionada para uso profissional, designadamente na indústria alimentar ou nos serviços hospitalares. Já este ano, e em consequência de um investimento superior a cinco milhões de euros, surge a Lemon Jelly, irreverente e inovadora e que, apesar de muito jovem, está já a ser comercializada para o Japão, Hong Kong e China, Alemanha, França, Reino Unido, Espanha, Bélgica, Turquia e Rússia. Cor e design inovador são os fatores distintivos da coleção, cujo conceito é a de um calçado que sabe ao mais doce dos doces, “é como uma explosão de gelado, gomas, rebuçados e chupa-chupas”. Foi distinguida com o pémio GAPI Revelação.
A primeira coleção da Lemon Jelly, de outono-inverno, está agora a chegar às lojas. E a recetividade tem sido “enorme”, diz José Pinto. Em Portugal, a marca tem já 80 pontos de venda garantidos, apesar da entrada tardia no mercado: a coleção foi lançada em março em Itália, na Micam, e começou a ser apresentada aos retalhistas numa altura em que grande parte das compras estavam já feitas. Ontem foi apresentada na loja Gardénia do Chiado, no âmbito da Vogue Fashion Night Out e para a semana estará operacional a nova loja online. Com uma faturação de 20 milhões de euros e 300 trabalhadores, o calçado injetado vale já 15% a 20% das vendas da Procalçado. A notoriedade atingida pela Lemon Jelly tem contribuído para reforçar a procura dos serviços da Procalçado no segmento de private label.


Guava
As formas geométricas invulgares invulgares, as assimetrias e as cores vibrantes são a inspiração da Guava, marca criada há apenas dois anos e meio e que venceu na categoria calçado inovador – segmento de senhora . Apesar de recente, a marca exporta já cerca de 70% da sua produção, para mercados como a Holanda, Bélgica, Dinamarca, Itália e EUA. Natural de Lisboa, Inês Caleiro é a jovem designer responsável pela criação da Guava e que aposta, ainda, na impressão de detalhes a laser e em peles vegetais, em nome da defesa do ambiente.


Centenário
Fundada em 1941, a Centenário é uma empresa familiar que vai já na terceira geração e que foi distinguida com o prémio calçado inovador – segmento de homem . Com mais de 70 trabalhadores, e sediada em Cucujães, freguesia do concelho de Oliveira de Azeméis, a Centenário começou por produzir exclusivamente para o mercado nacional e só em finais da década de 80 inicia o percurso de internacionalização. Hoje, dos oito milhões de euros que fatura, mais de 90% são obtidos nos mercados externos, com destaque para mercados tão distintos como a Áustria, Alemanha, Itália, Holanda e Finlândia ou a China, Japão e Equador. Como forma de diferenciação face à concorrência, a empresa apostou, a partir de 2005, na implementação do sistema goodyear (método inventado em 1871 por Charles Goodyear e que revolucionou a construção de calçado permitindo a combinação do forro, gáspea e palmilha de modo a serem cosidas e formarem a parte superior do sapato a uma tira em couro chamada vira. Posteriormente é colocada uma sola que é cosida à vira com fios naturais) e lançou, em 2009, uma linha de sapatos para golfe, personalizados. Uma forma de ir ao encontro de um nicho de mercado com grande futuro, diz Domingos José, responsável da empresa. Penetrar “mais seriamente” no mercado alemão, onde já contam com alguns clientes, e aumentar a projeção da marca em França e Inglaterra são os objetivos imediatos da Centenário. Em vista está, também, o mercado chinês, onde tem “alguns clientes esporádicos” e onde pretende, num “futuro próximo”, participar em feiras.


Bo-Bell
Pertença de uma empresa de calçado com mais de duas décadas de experiência no setor do calçado, a Bo-Bell é uma marca de sapatos de criança e que está presente em mais de 500 lojas na Europa e nos Emiratos Árabes Unidos. Segurança, bons materiais e ergonomia são as características básicas da marca, que se assume como “original, dinâmica e irreverente” e que foi distinguida com o prémio Calçado Inovador – segmento de criança .


Hugo Costa
Foi um dos 13 jovens designers convidados pela associação portuguesa do calçado, a APICCAPS, a apresentar a sua coleção na GDS e foi premiado na categoria Revelação, ex aequo com a Lemon Jelly. Hugo Costa é licenciado em moda e design têxtil pela Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco e trabalha como designer de calçado desde 2007 na empresa Armando Silva, assegurando o desenvolvimento das coleções de sneakers da marca Gino-B. Já este ano avançou com a criação da sua própria marca e a recente presença numa feira em Copenhaga permitiu garantir um primeiro cliente no mercado sueco. Ao contrário da maioria dos criadores, apresenta uma coleção de look integral para homem, que inclui vestuário.

Ana Amorim
O prémio GAPI na categoria novo talento foi para Ana Amorim. Além da marca com o seu nome, a jovem designer tem, ainda, um serviço de desenho e confeção de calçado exclusivo, que designa de My way . Na prática pretende ajudar a transformar em realidade o par de sapatos que cada um de nós sonhou, mas não sabe como tornar realidade.

 

 

Fonte: Dinheiro Vivo,13set.2013
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