As exportações portuguesas de calçado cresceram 9,2% em 2007 para 70 milhões de pares. Trata-se do melhor desempenho do sector desde o início dos anos noventa.
Com efeito, é preciso recuar até 1990 para encontrar um desempenho tão positivo do sector de calçado nos mercados internacionais. Pela primeira vez em 2007, as exportações ultrapassaram a barreira dos 90% da produção. Portugal exporta já calçado para mais de 118 países. Arménia, Azerbaijão, Bolívia, Jamaica, Peru, Quénia e Timor Leste foram os últimos mercados a acolher calçado “made in Portugal”.
Em 2007, a França consolidou a posição de principal mercado para o calçado português, com um crescimento de 20,3% para 19 milhões de pares. Em segundo lugar, e de forma surpreendente, surge o mercado espanhol (o início da abordagem ao mercado espanhol iniciou-se apenas na década de noventa). Em 2007, Portugal exportou para Espanha 11 milhões de pares de calçado, mais 23, 3% do que no ano anterior. No terceiro posto, mas com uma ligeira quebra (0,4% para 12 milhões de pares) surge a Alemanha, seguida do Reino Unido (quebra de 5,5% para 8 milhões de pares). A completar o “top five” surge a Holanda, com um crescimento de 2,6% para 6,6 milhões de pares.
A União Europeia continua a ser o mercado por excelência do calçado português. Em 2007, as vendas de PORTUGAL QUALITY SHOES para a Europa aumentaram 10,2% para 65 milhões de pares (mais 6 milhões de pares exportados do que no ano anterior).
As exportações aumentaram, nesse período, na Dinamarca (mais 14% para 2,3 milhões de pares), na Irlanda (mais 4,2% para 870 mil pares), em Itália (mais 36% para 855 mil pares) e na Suécia (mais 16,3% para 822 mil pares), mas diminuíram na Bélgica (menos 7,8% para 1,1 milhões de pares).
Fora do espaço europeu, a desvalorização do dólar parece estar a afectar as exportações portuguesas fundamentalmente para o mercado americano. Com efeito, para os EUA as vendas de calçado português diminuíram 37,4% para 600 mil pares (no valor de 14,5 milhões de euros). Há ainda a registar quebras das exportações para o Canadá e o México.
Esta quebra contrasta, no entanto, com o bom desempenho do calçado português nos PALOP. Angola, por exemplo, começa a despertar o interesse das empresas portuguesas, com um aumento de 60% para 958 mil pares. A título de curiosidade, em 2007 Portugal exportou mais calçado para Angola do para a América do Norte como um todo (Canadá, EUA e México juntos).
No ano passado, o calçado português revelou também desempenhos muito positivos na África do Sul, na China, nos Emiratos Árabes Unidos, em Israel, no Japão e em Moçambique.
Em termos gerais, as exportações portuguesas de calçado cresceram 9,2% em quantidade (para 70 milhões de euros) e 5,5% em valor (para 1230 milhões de euros). Portugal está, assim, não só a aumentar as exportações como a diversificar a oferta a novos segmentos de produto, já que para além do crescimento das vendas de calçado em couro nos mercados externos (mais 2,6% em quantidade para 51 milhões de pares e 5,2% em valor para 1084 milhões de euros), as exportações de calçado português aumentaram também nos segmentos impermeável, plástico e materiais têxteis aumentaram, em média, mais de 20%.