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Calçado criou 300 novas marcas em seis anos em Portugal

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Calçado criou 300 novas marcas em seis anos em Portugal

Setor está a crescer e a atrair profissionais com novas qualificações. Muitos são jovens que procuram mudar de área:

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Rute Marques é nutricionista e Alexandra Castro professora. A dificuldade em arranjar emprego nas suas áreas de formação levou-as a procurar um sonho: a criação de marca de calçado de senhora “criativa e arrojada”, mas com preços “apelativos”. A JAM Fernandes, empresa de Guimarães com uma longa tradição no calçado, ; gostou da ideia e aceitou desenvolver o projeto. E assim nasceu a Friendly Fire, que está a ser lançada este ano na Micam, a feira do mundo do calçado, em Milão, e constitui um exemplo apenas das mais de 300 novas marcas criadas no setor, em Portugal, nos últimos seis anos.

“O nosso objetivo foi criar uma coleção com modelos arrojados e diferenciadores que não conseguíamos encontrar no mercado. Só em marcas internacionais, como as Dior, Dolce & Gabbana, Valentino ou Jimmy Choo, mas cujos preços são proibitivos”, explica Rute Marques.

Mesmo assim, reconhece que o resultado final, com recurso a adereços removíveis, para permitir dois modelos num só, acabou por ficar com um preço de venda um pouco mais elevado do que o imaginado, entre os 100 e os 300 euros. Mas a marca conquistou já 28 pontos de venda em Portugal, além de clientes na Irlanda, Grécia, França e Espanha. Chegar aos EUA e aos mercados sul-americanos é um dos objetivos a prazo.

Também a apresentar-se ao mundo em Milão está a Biblical Lust. Desempregado, mas com longa experiência no segmento comercial, Ricardo Confraria viu no calçado a oportunidade de iniciar um negócio próprio. A empresa nasceu em agosto, num investimento de 100 mil euros, suportado com apoios comunitários, e vende calçado de homem e de senhora, cuja produção subcontrata em São João da Madeira. Uma coleção apostada em fazer a ligação entre a espiritualidade e a luxúria. ‘Perfection is not a perspective’ é como comunica. “Queremos que o nosso calçado seja o mais perfeito possível, quer no design quer no conforto”, diz Ricardo Confraria.

O toque de luxúria é dado pelos saltos altos e pelos apontamentos de peles ricas e estampadas. Encontrar agentes em França, Alemanha, Espanha e Reino Unido é o grande objetivo. Embora já exista desde 2011, a Step5 é outra das presenças novas na Micam. Destinada 100% à exportação, serve, apenas, o segmento de private label (produção sob marca do cliente). Faturou cerca de 2 milhões, tendo já presença na Alemanha, Inglaterra, Espanha, França e Austrália. E é um projeto familiar das irmãs Paula e Ana Tavares, cuja atividade no mundo da docência e dos vinhos foi substituída por uma fábrica de calçado. Dão emprego a 40 pessoas, mas são responsáveis por três unidades de corte e costura que subcontratam. “Quando nos deitamos temos sempre presente que temos que ter trabalho para 100 pessoas”, diz Paula Tavares.

Também a Apple of Eden é uma estreante em Milão. Com uma faturação de quatro milhões em 2015, a marca anuncia ao mundo que é produzida no paraíso. “É a nossa forma de dizermos aos nossos clientes que em Portugal ; garantimos boas condições de trabalho e respeito pelas normas laborais e ambientais”, diz Nelson Gomes. Com preços de venda ao público entre os 89 e os 150 euros, a Apple of Eden vende mais de 80% da sua produção, que subcontrata a 11 fábricas em Felgueiras, para a Alemanha. Mas ainda este ano pretende abrir uma loja própria no Porto.

Fonte: www.dinheirovivo.pt
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