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Castro Guerra satisfeito com a evolução do sector do calçado: Calçado não esperou pelo QREN

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Castro Guerra satisfeito com a evolução do sector do calçado: Calçado não esperou pelo QREN

O Cluster tecnológico do calçado volta a apresentar um leque inovador de produtos, materiais e processos de fabrico. O Secretário de Estado da Indústria e da Inovação gostou do que viu.
 
“Há mais vida para além do QREN”. Em passagem por S. João da Madeira para presidir às II Jornadas Técnicas ShoeInov, o Secretário de Estado Adjunto da Indústria e Inovação partilhou com os empresários a sua satisfação pela evolução que o sector do calçado tem registado. “Não é tempo de lamentações”, disse Castro Guerra. “Todos em conjunto ajudamos a mudar o país. E aqui estão muitos dos actores que o têm feito”.
 
O Secretário de Estado falava assim depois de uma visita guiada à exposição ShoeInov, uma montra que reúne no Centro Tecnológico do Calçado (CTCP), em S. João da Madeira, o que de mais recente se tem feito ao nível da investigação.

Materiais resistentes àgua e ao fogo e outros biodegradáveis são alguns dos exemplos. “Confirma que o Plano Estratégico para a Indústria do Calçado já está em andamento”, comentou a esse propósito Castro Guerra. “Não está à espera do QREN, embora, com ele, possa ganhar um novo impulso”. As soluções apresentadas pelo CTCP demonstram, na perspectiva do governante, uma aposta clara das empresas nacionais em factores como a inovação, que podem suportar um processo de internacionalização mais seguro.

Depois dos anos 90, marcados pela entrada da China no mercado, Castro Guerra vê hoje um sector mais pujante, que contribui para a balança comercial com 800 milhões de euros e, no ano passado, fixou as suas exportações além do bilião de euros. O Secretário de Estado destaca ainda o crescimento no domínio do registo da propriedade industrial, que de 20 artigos inscritos em 2003 passou, em 2006, para os 316.

“As marcas não pararam no tempo e inovaram nos produtos, na forma como governam as empresas e como abordam os mercados”, disse ainda Castro Guerra, congratulando e incentivando a continuidade da cooperação entre empresários, CTCP e a associação do sector (APICCAPS - Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos). “É uma triangulação interessante. Continuem a fazer isto. Muitas empresas não conseguem inovar sem um suporte destes”, aconselhou.

À margem dos bons resultados, Castro Guerra realçou a necessidade de integração de mais quadros qualificados.

O programa ShoeInov, que motivou as jornadas técnicas, pretende colocar empresas, centros tecnológicos e universidades a trabalhar em rede a favor do desenvolvimento de novos materiais, criação de novos equipamentos, implementação de processos produtivos e qualificação de novos quadros para as empresas.

A decorrer até 2013, o programa traduz um investimento de 30 milhões de euros por parte do CTCP mas a aposta na inovação “pode criar vantagens competitivas para o sector”, acredita Domingos Neto, presidente da instituição. “É uma tarefa exigente, mas pode efectuar-se em cooperação”, disse, salientando que do cluster tecnológico criado em torno do sector já resultaram projectos comerciais que estão em funcionamento em empresas portuguesas e estrangeiras.

Para o presidente da APICCAPS, a inicativa é uma “demonstração do dinamismo empresarial, apresentando propostas que colocam Portugal na liderança mundial ao nível de materiais inovadores”. O QREN é agora a nova grande oportunidade, considera Fortunato Frederico. A contar com ele, a APICCAPS tem em curso um plano de acção para uma actuação integrada no sector, baseada em quatro grandes eixos: inovação, qualificação, internacionalização e cooperação.


Fonte: LAVOR, 14.Dez.07
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