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Tendências Envelhecimento da população cria novas oportunidades para as empresas

quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Tendências Envelhecimento da população cria novas oportunidades para as empresas

A população mundial deverá crescer mais de 30% até 2030, passando de 6,1 biliões em 2000 para 8,1 biliões de pessoas em 2030. Acresce, que a população está a envelhecer a um ritmo acelerado. Um novo cenário que está a proporcionar novas oportunidades comerciais para as empresas portuguesas de calçado mais atentas.
São vários os elementos consensuais entre os vários diagnósticos demográficos realizados nos últimos anos à escala mundial. Queda da fecundidade, aumento da esperança média de vida e envelhecimento global da população são três das mega-tendências apontadas.
A população mundial aumentará substancialmente, sendo que os continentes africano e asiático serão os principais impulsionadores desse crescimento. Por oposição, nos países mais desenvolvidos, nomeadamente na Europa, assistir-se-á a uma diminuição da população.
Durante este século, a proporção de pessoas com mais de 60 anos irá triplicar, passando de 10% em 2000 para 32% em 2100. Na Europa Ocidental, quase metade da população (46%) terá mais de 60 anos. Estas alterações demográficas intensificar-se-ão nas próximas duas décadas na Europa, América do Norte, China, Japão e Rússia e atingirão o pico algures em 2030.
Esta é, pois, uma nova realidade a que a sociedade terá de responder no menor espaço de tempo. Desde logo, porque o efeito do envelhecimento da população terá impacto directo no mercado de trabalho e na área de medicina a médio prazo. Tratar-se-á, igualmente, de um nicho de mercado importante para as empresas que souberem potenciar as novas oportunidades.
Atentas a essa realidade parecem estar já diversas empresas de calçado. É o caso da Comforsyst SA. Nos últimos anos, a empresa alterou de forma radical o modelo de negócios. Os saltos altos e arrojados que foram a imagem de marca da empresa durante mais de três décadas deram lugar a solas confortáveis e elegantes, com o lançamento da Softwaves. Marcelo Santos explica que “o modelo de negócio se tinha esgotado”. Assim, a nova marca passou a apostar “num cliente-alvo global, menos sensível à moda e que privilegiem o bem-estar e o conforto”. O mundo está a mudar e as alterações em curso poderão resultar em excelentes oportunidades de negócios para as empresas dispostas a assumir o risco.
Também a Cindicalfe “encara as novas necessidades da população como uma oportunidade de desenvolver sapatos cada vez mais sofisticados, em termos de processo produtivo e em termos de materiais”, revelou André Oliveira. Por esse motivo, foi criada a marca Flex & Go. Genericamente, “a Cindicalfe é uma empresa flexível em termos produtivos e que se especializou na produção de calçado de conforto e procura criar propostas de valor para clientes exigentes”.
De um modo geral, os responsáveis da Cindicalfe entendem que as novas tendências demográficas são uma oportunidade. “Hoje por hoje, as pessoas de idade “são claramente mais exigentes e procuram artigos confortáveis, com qualidade, sem negligenciarem as tendências de moda. A personalização do produto a cada consumidor poderá ser, assim, um ponto chave”.
No mesmo plano, a Kyaia (um dos maiores grupos empresariais do sector de calçado em Portugal) está a apostar neste segmento de mercado de grande potencial e, em 2007, criou a marca Softinos. Uma marca que se apresenta ao consumidor como um produto de conforto, que privilegia as melhores formas e as matérias primas naturais, optando designadamente por peles muito macias. A prioridade é apresentar um excelente produto, cativando um emergente segmento de mercado
Com uma longa história neste segmento de mercado, a Ropar desde cedo investiu na marca Arcopédico. “Temos vindo a trabalhar muito especificamente o mercado «Over 50»”, revelou Erico Parodi. Uma experiência que lhes permite concluir que “haverá uma cada vez maior oferta de produtos neste segmento de mercado”, razão pela qual “as exigências dos compradores deverão aprimorar-se” e proceder-se-á a uma “requalificação da oferta”. Uma nova realidade emerge no plano mundial. As empresas portuguesas de calçado parecem estar na primeira linha.

Fonte: APICCAPS
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