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Clarks volta a Portugal


A marca de sapatos Clarks regressou a Portugal. Desde o início do ano que a multinacional inglesa, que chegou a ter fábricas no Norte do país, tem uma parceria com a empresa Distra para a distribuição de produtos por sapatarias multimarca. E, em Setembro, alargou a aposta no mercado nacional, abrindo a primeira loja exclusiva Clarks, no Forum Sintra.
“Em termos de sustentabilidade de um negócio, os volumes são, numa fase inicial, relativamente baixos e é difícil aguentar uma estrutura só com a revenda. Por isso, a nossa estratégia também passava por ter lojas próprias. A ideia é abrir quatro no espaço de um a dois anos", avança ao SOL o administrador da Distra, Alain Raoul.

Estar nos principais centros comerciais do país – porque as rendas das lojas de rua são “muito elevadas" – é uma das “prioridades a seguir", refere o empresário, indicando que “há negociações em curso" com o Almada Forum para tentar abrir o segundo ponto de venda.

Alain Raoul, que lançou a Distra para trabalhar com a Clarks e investiu cem mil euros para ter a primeira loja, assume que abrir num momento de retracção do consumo tem riscos. E não esconde que as vendas deste espaço até estão “abaixo das expectativas", embora não detalhe. Mas também assegura que lançar lojas próprias é “muito positivo" porque “dá uma grande imagem da marca". “Pode pensar-se que é uma grande concorrência [aos clientes da Clarks que compram para revender], mas alavanca imenso a imagem da marca", diz, ressalvando que até pode ajudar as sapatarias multimarca a vender mais.

Sapatos made in Portugal

Quanto ao negócio de revenda de sapatos Clarks, o administrador afirma que também este sector reflecte o panorama do comércio em geral. “Continuamos a crescer nas vendas, mas não com os mesmos clientes que tínhamos no início, porque alguns já fecharam as lojas. E outros estão com grandes dificuldades", descreve.

Fundada em 1825 pelos irmãos Cyrus e James Clarks, esta marca de sapatos – que já calçou músicos como Nick Cave, Bob Dylan ou Robbie Williams – já tinha estado em Portugal, mas do lado da produção.

No início dos anos 90, quando a multinacional deixou de fabricar calçado no país de origem para conseguir manter-se competitiva, escolheu Portugal para instalar unidades fabris no estrangeiro. O seu braço industrial, a C&J Clark, chegou a ter três fábricas em território nacional: uma em Arouca, outra em Castelo de Paiva – era a maior do concelho, empregando 600 pessoas – e a terceira em Vila Nova de Gaia. Mas acabou por fechá-las, entre 2001 e 2004.

Agora, regressou às origens. Ainda que não tenha voltado a ter uma fábrica exclusiva dos seus produtos, a empresa “já fabrica alguns modelos em Portugal", assegura Alain Raoul, embora não esclareça onde, nem quais. “Fomos informados que tinham voltado a produzir, em fábricas multimarca. Depois, os sapatos são enviados para Inglaterra e daí é que são distribuídos pelo resto do mundo", explica, elogiando a indústria nacional do calçado.

Assumindo-se como a quarta maior companhia de calçado do mundo, a Clarks está em mais de 35 países. Vende acima de 50 milhões de pares de sapatos por ano, detendo uma elevada quota de mercado em países anglo-saxónicos.

Fonte: sol.sapo.pt,28.nov2013
Data Publicação: sexta-feira, 29 de novembro de 2013
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