Notícias

Roteiro do Conhecimento chega aos 3000 alunos

No âmbito do projeto BioShoes4All, iniciativa enquadra-se no Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2030
Roteiro do Conhecimento chega aos 3000 alunos

Para “divulgar o potencial da indústria, valorizar o território e atividades locais, e potenciar a indústria local”, o setor do calçado continua, no âmbito do projeto BioShoes4All, o Roteiro do Conhecimento pelas escolas do país, tendo chegado a mais de 3000 alunos.

Desde o início do corrente ano letivo, já foram abordadas 37 escolas de cinco municípios e envolvidos 1076 alunos. No anterior, envolveu 78 instituições de ensino e mais de 1900 discentes.

“À medida que o setor do calçado e artigos de pele vai evoluindo para novos patamares de excelência, a contratação de profissionais altamente qualificados é uma prioridade”, considera o presidente da APICCAPS.

Para Luís Onofre, “continua a existir na sociedade um conjunto de estereótipos relacionado com os setores industriais que importa desmistificar”. “Ainda que não seja um problema exclusivamente português, há um trabalho de proximidade a desenvolver”, prossegue, destacando “o papel absolutamente decisivo desenvolvido pelas autarquias das zonas de forte concentração da indústria do calçado”.

Até 2030, a indústria europeia da moda necessitará de 500 mil novos colaboradores. Os dados da Comissão Europeia sugerem que o diagnóstico é comum a outros setores e afetará em particular países como Espanha, França, Itália e Portugal.

Consciente desta realidade, a APICCAPS iniciou, no final de 2023, o Roteiro do Conhecimento pelas escolas de Felgueiras, Guimarães, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira e São João da Madeira, as principais cidades de concentração da indústria de calçado, para “preparar as gerações do futuro e atrair uma nova geração de talento”.

Este Roteiro do Conhecimento terá a duração de três anos e enquadra-se no Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2030.

Para a vereadora do pelouro da Educação da Câmara Municipal de Felgueiras, “pais criativos são pais que se dedicam à educação dos seus filhos e esse é um dos principais objetivos deste projeto”. Porém, para Ana Medeiros “para além da função pedagógica, temos uma função empresarial e do futuro profissional das crianças”.

Para o homólogo da autarquia de Oliveira de Azeméis, Rui Cabral, “a sensibilização é muito importante para que as crianças possam ser agentes ativos desta indústria no futuro, para continuarmos a ser uma referência nacional e mundial”. Considera “essencial quando estes projetos ligam as crianças com a industrial real”. “Podíamos comparar a uma corrida de testemunhos: estamos a dar bom testemunho e os jovens têm um papel fundamental”, finaliza.

Além de um programa de visitas a escolas, são desenvolvidas iniciativas paralelas, com destaque para o Dia Aberto na Indústria do Calçado e para o Caixa Mágica, um concurso de ideias que estimula a criatividade dos alunos, que envolve famílias, através do uso de matérias recicladas e alternativas, que permitam desenvolver o calçado perfeito.

Ana Medeiros descreve o Roteiro do Conhecimento como “absolutamente notável” porque “é na raiz que a árvore nasce”. “Sabemos que demora, mas este projeto vai certamente gerar frutos. Dar cola, num futuro próximo, significará usar um braço robótico… é programação, é informática. Esse é o futuro que estamos hoje a demonstrar. A formação profissional é um caminho e ainda existe um grande estigma relacionado com este tipo de ensino. Precisamos de profissionais e de bons profissionais, de pessoas que ajudem a impulsionar o setor do calçado”, sublinha.

Já a vereadora da Educação da Câmara Municipal de São João da Madeira, cidade onde se situa a sede do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), que também tem um polo em Felgueiras, afiança que “este projeto veio enriquecer tudo o que já existia na cidade, sustentando-o na ligação entre as escolas, as crianças, a indústria do calçado e as pessoas”.

Irene Guimarães acredita que o Roteiro do Conhecimento “é crucial para dar a conhecer o trabalho desta indústria nas cidades onde está implementado”. “Aquilo que nos cumpre é aproveitar este trabalho desenvolvido nas escolas e que envolveu professores e famílias, e passar o testemunho”, finaliza.

Fonte: APICCAPS

Data Publicação: quarta-feira, 7 de maio de 2025
87

Voltar

Relacionado