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Que estratégia seguir: especialização ou diversificação, crescimento internacional ou local, publicidade ou silêncio


Que estratégia seguir: especialização ou diversificação, crescimento internacional ou local, publicidade ou silêncio

A Inditex tornou-se na primeira empresa espanhola a conseguiu introduzir uma das suas marcas no ranking das empresas mais valiosas do mundo, elaborado pela Interbrand e Business Week. A Zara, marca de origem galega, ocupa o lugar número 77 da classificação, ultrapassando empresas de moda tão consagradas como a Levi’s, Armani e Prada. Com 32 lojas no mercado catalão no início deste ano, a Zara é a segunda empresa com a maior superfície de distribuição na Catalunha (30.279 metros quadrados), depois do Corte Inglês, de acordo com os dados do Departamento de Turismo e Comércio. A Zara conta com uma quota de mercado no que diz respeito à superfície de venda de 9,69 por cento. A única empresa que actualmente poderia fazer face à Zara é a Mango.
A Zara privilegiou sempre a localização das suas lojas. As lojas da Mango têm menos metros quadrados apesar de também se situarem em zonas comerciais. Outra das diferenças entre as duas empresas é a focalização. Apesar da Zara ter vindo a adicionar sectores à sua actividade principal – moda feminina, masculina, infantil e acessórios – Enri Casi, director geral da Mango, defende que a “focalização” é a melhor estratégia para que a sua marca não perca “potência”. Nesta perspectiva a Mango abandonou no passado uma linha infantil denominada Manguito. A Mango chegou ao final de 2004 com uma facturação de 1.055 milhões de euros, correspondendo 73 por cento deste valor a vendas fora de Espanha.
A empresa de moda, Punt Roma, com sede em Mataró, optou por se especializar no público feminino, na faixa etária superior aos 35 (precisamente a idade em que a Mango situa o limite superior do seu público-alvo). O grupo, que não avança qualquer dado sobre a sua estratégia, tem actualmente mais de 130 lojas em Espanha, através das quais achega a quase todas os países da UE. No exterior, a Punt Roma está apenas presente na Irlanda, com dez lojas. Nos planos da empresa está incluída a abertura de treze novas lojas no mercado espanhol. A empresa, obteve uma facturação de 39,7 milhões de euros em 2003, o que representa uma subida de quase 58 por cento, e um resultado de 2,2 milhões de euros.
Armand Basi, uma das empresas de moda da capital catalã, tem 40 lojas na Catalunha, as quais totalizam 3.398 metros quadrados, equivalente a uma quota de mercado por superfície de venda de 1,09 por cento. Contrariamente à Zara e Mango, a empresa sedeada em Barcelona, optou por uma estratégia de crescimento conservadora. A Basi tem lojas próprias em Londres, Dubai e diversas cidades espanholas. Recentemente conseguiu atingir o seu objectivo e está presente na Rússia, mas o seu actual desafio é a Meca da moda: Nova Iorque. A Basi, com uma facturação de 96,5 milhões de euros em 2003, identifica-se com a Zara na diversificação. Para além de ter investido noutros sectores como perfumaria, relojoaria, acessórios, calçado e lar, o grupo pretende agora potenciar a sua linha feminina.
Apesar de se tratar de uma empresa de retalho, a catalã Quevel, está igualmente a aplicar uma estratégia de diversificação: Orange Shoes, Street Boys, Bon Pás Y Querolets são as marcas que o grupo utiliza para aumentar o seu leque de público no sector do calçado, oferecendo desde produtos a preços baixos até sapatos para gente jovem, passando por calçado infantil e desportivo. No entanto, a Quevel que encerrou o ano de 2004 com vendas de treze milhões de euros, não pretende expandir a sua rede de lojas para fora da província de Barcelona.
Com o mesmo número de locais na Catalunha, mas com menos 3.500 metros quadrados do que a Quevel, o grupo familiar Calçats Lamolla opera também no sector do calçado, embora se dirija a um segmento com maior poder de compra. A sua marca principal, Casas Sabaters, em que se incluem as marcas Casas Internacional (marcas internacionais de design), U-Casas (dirigida a jovens) e Casas (calçado para o público familiar). Sedeada em Terassa, o grupo da família Casas facturou 14 milhões de euros em 2003. Para além das 24 lojas no mercado catalão, a Calçats Lamolla tem uma loja em Valência e outra em Madrid.
A Anbao Distribución, abarca dois grandes segmentos, luxo e consumo familiar, sendo outra das marcas catalãs que apostou na diversificação. Para separar as duas linhas de negócio, em 2004, a empresa converteu-se na sociedade Fosco Zapatos y Accesorios e foi criada a empresa Markal Calzados. Ambas as sociedades são filiais da Vivarte Moda, com sede em Barcelona. Para além de Espanha, a Fosco, que em 2004 facturou 23 milhões de euros, estava presente até há pouco tempo atrás em Portugal, mas o grupo fechou todas as lojas. Actualmente a marca conta com 51 lojas, cinco das quais na Catalunha. Merkal Calçats duplicou as vendas em 2004, alcançando 56 milhões de euros e conta com mais de 150 lojas em Espanha.
A Punt Roma, dedica-se apenas à moda feminina e tem mais de 140 pontos de venda. A Vivarte Moda e Quevel optaram por uma diversificação do público-alvo no sector do calçado.

Fonte: Portugal Têxtil, 9.Set.05
Data Publicação: sexta-feira, 9 de setembro de 2005
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