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Consumo de calçado recupera...mas pouco

sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Queda de consumo de 22,2%
Consumo de calçado recupera...mas pouco

Ainda que esperadas, não são obviamente boas notícias: em todo o mundo, este ano, prevê-se uma queda no consumo de calçado de 22,2%. Na Ásia, com recuo estimado de 18%, as expectativas são melhores do que para o resto do mundo.

Este valor está em linha, ainda que se revele ligeiramente melhor, com a previsão anterior do World Footwear Business Conditions Survey, reveladas em abril último, e que apontava para um recuo de 22,5%. Desde esse momento, começaram a efetivar-se alguns sinais de  recuperação (contrariados nas ultimas semanas, por via da emergência de uma segunda vaga da pandemia), mas a evolução do cenário macroeconômico global ainda é bastante incerta.

Em termos práticos, deixarão de ser comercializados, em 2020, 795 milhões de pares de calçado na Europa e EUA (quebra de 24%) e 2 200 milhões no continente asiático (menos 18%).

A maioria dos membros do painel de 122 especialistas inquiridos, 58% dos quais europeus, 25% asiáticos, 17% americanos e os restantes provenientes de outros continentes, acredita que no próximo semestre a quantidade de calçado comercializado recuará, enquanto que os preços manter-se-ão estáveis, uma evolução otimista em relação às perspetivas manifestadas há apenas seis meses.

A reduzida procura, tanto no plano doméstico como nos mercados internacionais, continua a revelar-se como o principal constrangimento para os especialistas do setor. Adicionalmente, a existência de dificuldades financeiras surge como alerta-maximo no setor, sendo mencionada por quase metade dos entrevistados. A finalizar, na presente edição deste inquérito, as preocupações com a concorrência nacional e internacional voltaram aos primeiros lugares da lista das dificuldades do negócio do calçado.
 
Sneakers resistem

Se é verdade que as perspetivas quanto à evolução da quota de mercado dos diferentes tipos de calçado não mudou drasticamente no passado, continuam a acentuar-se as diferenças. Assim, as perspetivas para a comercialização, nos três próximos anos, de calçado de couro clássico, principalmente no segmento masculino, são agora mais sombrias: mais da metade dos entrevistados acredita que sua participação no mercado vai continuar a diminuir. O mesmo, 45%, acontece relativamente ao calçado feminino em couro. No plano oposto, a comercialização de sneakers ou calçado desportivo continuará a conquistar relevância e poderá aumentar mesmo 70% até 2022. Trata-se da consequência lógica das mudanças em curso nos hábitos de trabalho, com a emergência do teletrabalho em detrimento do trabalho regular em ambiente de escritório.
 
Vendas online disparam
As expectativas gerais relativamente à evolução dos canais de venda online revelaram-se extremamente promissoras desde a primeira edição do World Footwear Business Conditions Survey, em detrimento por exemplo, da evolução das lojas físicas tradicionais de retalho.

A pandemia COVID-19 parece ter contribuído para acentuar esse fenômeno. Com efeito, mais de três em cada quatro membros do painel de especialistas acredita que o comércio de calçado online, seja em plataformas específicas ou generalistas, aumentará de forma expressiva (cerca de 80%). Adicionalmente, mais de 70% prevê uma evolução muito relevante ao nível das lojas online de marca própria. Pelo contrário, quase metade dos entrevistados espera que as lojas físicas percam participação de mercado.

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