De regresso a Milão, no espaço de uma semana, praticamente 80 empresas integrarão os quatro certames de referência dedicados ao cluster de setor de calçado, artigos de pele, curtumes e tecnologia.
O cluster português de calçado e artigos de pele, que exporta mais de 90% da sua produção para 174 países, nos cinco continentes, procura regressar, passo a passo, aos mercados internacionais. Desde o início do ano, o setor já integrou mais de 30 iniciativas promocionais no exterior.
Para a APICCAPS, depois de um ano de 2023 de forte contenção e de 2024 de transição, o setor de calçado aponta já «baterias» para 2025. “Estamos a procurar, num contexto de grande exigência, regressar paulatinamente aos mercados internacionais”, explica Luís Onofre. De regresso a Milão, no espaço de uma semana, praticamente 80 empresas integrarão os quatro certames de referência dedicados ao cluster de setor de calçado, artigos de pele, curtumes e tecnologia.
A comitiva portuguesa na MICAM e MIPEL contará com a participação de 40 empresas, (crescimento de 21% face à edição anterior). Os certames passam de quatro para três dias. Na Lineapelle, entre empresas de componentes para calçado e curtumes, a delegação nacional será assegurada por 30 empresas. Já na SIMAC, seis empresas apresentarão os primeiros resultados do projeto mobilizador FAIST.
Até final do próximo ano, 34 produtos inovadores serão desenvolvidos e prometem fazer da indústria portuguesa de calçado a mais qualificada do mundo.
Ilhas de automação, linhas integradas, plataforma digitais. Estes são os nomes de algumas das novas soluções tecnológicas que um consórcio português liderado pela Carité, e com a coordenação do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal, está a desenvolver. Até final do próximo ano, 34 produtos inovadores serão desenvolvidos e prometem fazer da indústria portuguesa de calçado a mais qualificada do mundo.
Com um orçamento de 60 milhões de euros, o projeto FAIST enquadra-se no PRR (Programa de Recuperação e Resiliência), engloba 45 copromotores com competências multidisciplinares incluindo universidades, empresas e instituições do sistema científico e tecnológico, e pretende, de acordo com Florbela Silva, “aumentar o grau de especialização da indústria portuguesa de calçado para novas tipologias de produto” e potenciar “a capacidade de oferta das empresas portuguesas de calçado através do reforço da capacidade de fabricar médias e grandes encomendas, utilizando processos de montagem mais eficientes”.
Na última edição, dos 40.821 profissionais que visitaram a feira, 45% foram provenientes do exterior, em particular, da União Europeia, com França, Alemanha e Espanha na liderança. Dos mercados fora União, realce para os resultados positivos do Japão, China, Cazaquistão e Reino Unido.
Calçado diversifica investimentos
O cluster do calçado e artigos de pele prossegue a sua estratégia de diversificação de investimentos. Depois de 70 empresas terem integrado, no último ano, o projeto Valorização da Oferta, num investimento total próximo dos 3 milhões euros, é previsível que um número semelhante de empresas invista, este ano, na promoção das marcas nos mercados internacionais, nomeadamente nos domínios de Assessorias de Comunicação e Publicidade, Adesão a Plataformas Online, Marketing Digital ou Produção de conteúdos fotográficos e multimédia. Prosseguem ainda os investimentos no Registo de Marcas e Modelos e em Websites e lojas online.