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LAVORO quer conquistar Canadá e Estados Unidos

quinta-feira, 31 de julho de 2014
LAVORO quer conquistar Canadá e Estados Unidos

A Lavoro, marca  da ICC representa 45% das vendas e já está em 50 países. A aposta mais recente passou por alguns mercados do norte de África.

Quando olhamos para os sapatos produzidos na fábrica da ICC - Indústrias e Comércio de Calçado,não diferem em nada de um sapato comum. Porém, se olharmos mais de perto, o campeonato da ICC é outro. Quando se trata de calçado profissional, a segurança é a palavra de ordem. "É munido de uma biqueira de proteção que pode ser em aço ou em outro material" refere Carla Matos, diretora de Qualidade.

Mas a proteção não fica por aqui e há que ter em conta a norma internacional a que cada artigo obedece como, por exemplo, "a necessidade de palmilha de proteção, resistente à perfuração a 110 quilos", acrescenta a diretora de Qualidade.
A ICC, cujas vendas dependem em 45% da marca Lavoro, trabalha há quase 30 anos neste nicho específico da indústria do calçado, com uma aposta muito forte em investigação, desenvolvimento e inovação. Um investimento que tem dado frutos quando se trata de apresentar aos clientes calçado que vai além das normas estabelecidas internacionalmente e, garante a administração, compara bem com o que se faz no mundo a nível de calçado de segurança e profissional.

São exemplo disso o sistema desenvolvido pela empresa que permite amortecer o impacto nos calcanhares, favorece a caminhada e o descanso das pernas. Outra das patentes, ‘ex-libris da casa, é a 3D Vario, que exigiu um estudo interno a nível do volume dos pés para verificar até que ponto o mesmo tamanho de pé poderia ter vários volumes. O modelo final permite um ajuste perfeito à configuração do pé.

Mas a aposta em investigação da ICC é também um desígnio com objetivos beneméritos. É o caso do projeto que a empresa está a desenvolver em colaboração com a Universidade de Coimbra, com o objetivo de adaptar mais às necessidades do terreno os sapatos dos bombeiros portugueses, ao mesmo tempo que tenta ajudar a remediar as catástrofes do passado. Os estudos revelaram que "as pessoas ficavam sem solas e isso impedia-as de fugir por isso estamos a testar formas de aumentar a resistência deste calçado", refere Carla Matos.

A vocação da ICC é acentuadamente de exportação desde o início do projeto em 1986, com mais de 90% da produção a ser escoada para cerca de 50 países. Mas a crise fez repensar a estratégia de abordagem ao mercado sobretudo depois da quebra da construção civil no Norte da Europa.

Nos últimos três anos a empresa chegou ao Qatar, Omã, Bahrain e Dubai.
"Estamos a apostar no Norte de África, sobretudo Argélia, Marrocos e Tunísia. Também já vendemos para a Nigéria e Egipto", refere José Freitas, diretor-geral da ICC.
O próximo desafio será a conquista da Costa Leste: Canadá e Estados Unidos, garante o diretor-geral.

A ICC conta com quatro marcas - Lavoro, No Risk, Portcal e Go Safe - para segmentos diferentes do mercado mas já desenvolveu artigos para vários nichos, desde os bombeiros na Finlândia, aos mineiros na Mongólia passando pelos cantoneiros da Nova Zelândia. Ao todo são cerca de 200 modelos associados também a eventos desportivos. A aposta vai continuar nas marcas próprias já que as marcas brancas só representam 5% do total das vendas.

No ano passado a empresa faturou 10 milhões de euros, um valor que deve chegar aos 12 milhões este anos. Um crescimento extensível ao EBITDA, que deve atingir os 500 mil euros e ao resultado líquido com uma previsão de 300 mil euros este ano. A contenção de custos está sempre presente e os últimos anos obrigaram ainda mais a uma gestão apertada dos recursos disponíveis, quer humanos quer de espaço físico, já que das instalações de Pinheiro saem todos sapatos que o grupo produz.

"Temos uma capacidade interna muito flexível. Tanto podemos produzir 2.500, como 2.000 ou 3.000 sapatos por dia", diz Gualdimo Costa, diretor de Produção da ICC. Com cerca de 171 trabalhadores a empresa deixa algumas tarefas à subcontratação.

Para já, tudo vai continuar confinado à fábrica de Pinheiro mas, em termos mundiais, não há limites. "Estamos a produzir cerca de 500 e 600 mil pares anos e queremos chegar a um milhão em três anos", afirma José Freitas.

Ver reportagem completa do programa “Projecto Empresa” AQUI.
 

Fonte: Económico,16.jul2014
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