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Lavoro investe em nova fábrica na Póvoa do Lanhoso

terça-feira, 22 de março de 2022
Empresa de Guimarães investe em nova unidade produtiva
Lavoro investe em nova fábrica na Póvoa do Lanhoso

A Lavoro está a investir numa nova fábrica na Póvoa do Lanhoso. O objetivo é aumentar o número de trabalhadores para 60 até ao final do ano e chegar à centena até ao final de 2023, bem como elevar a produção de 670 mil pares para um milhão.

As instalações na Póvoa do Lanhoso já pertenciam à empresa há dois anos e eram destinados a fins logísticos. Agora, com um investimento de três milhões de euros, a empresa prepara a nova unidade produtiva.

"Fizemos um primeiro investimento, de dois milhões de euros, que teve a ver com os armazéns e a parte da logística, e, entretanto, estamos numa nova fase de investimento em máquinas na área produtiva de corte, costura, montagem e injeção", avançou Teófilo Leite em declarações à agência Lusa.

A segunda fase de investimento começou no verão de 2021, com a transferência de parte da atividade industrial para as instalações de 6.000 metros quadrados da Póvoa de Lanhoso, e estará em curso até setembro deste ano, com foco na reciclagem e na pegada ambiental.

"Esta segunda fase de investimento de três milhões de euros vai incluir um pacote de várias tecnologias novas, nomeadamente uma que é única no mundo, de reciclagem de produtos ou subprodutos do processo, desde linhas a todo o tipo de materiais têxteis, para, depois, serem reintegrados no fabrico das solas e, por sua vez, nos sapatos", diz em declarações à Lusa.  O objetivo é "ter menos desperdício no final do processo industrial".

Adicionalmente, este investimento tem como objetivo "reduzir a contribuição de CO2 [dióxido de carbono] no produto, baixando o nível de resíduos no final do processo", e reforçar a preocupação ambiental, através da produção fotovoltaica. "No limite, até ao final do ano teremos a capacidade industrial toda ligada a um telhado fotovoltaico que permite fazer a produção com zero CO2 durante uma parte do dia".

Reforço no mercado espanhol
O mercado espanhol é uma das apostas da Lavoro. "Esta aposta em Espanha tem a ver com os produtos 'mainstream', ou seja, com a entrada na indústria geral" do calçado, referiu  Teófilo Leite, destacando que a procura naquele país é muito forte nos segmentos da indústria automóvel, de componentes e dos sistemas logísticos, dadas as "milhares de plataformas logísticas" ali existentes.

Por negócio 'mainstream', o administrador entende "sapatos desportivos, mas com a funcionalidade de proteção dos pés", que se enquadram na categoria do calçado profissional, mas não têm um uso tão exclusivo como as botas militares ou de bombeiro, nas quais a empresa é especialista. "São sapatos de proteção tipo sapatilhas, aptos para o dia a dia e que se usam em várias partes da logística, nos transportes logísticos, restaurantes, cafetarias ou distribuição alimentar, já com alguma componente de moda e onde o mercado espanhol é muito forte, porque tem muita indústria logística, muita indústria automóvel e muita HORECA [Hotelaria, Restauração e Cafetaria]".

"Com a massificação que há em Espanha deste mercado 'mainstream', as vendas de hoje podem ser mais que duplicadas, quase triplicadas, por via dos contratos de fornecimento aos vários tipos de indústrias", concluiu Teófilo Leite.

Segundo avança a Lusa, as projeções de Teófilo Leite são de um reforço do peso do mercado espanhol na faturação, de 18 milhões de euros, dos 15% de 2021 para 35% em 2025, ano em que a empresa espera ter mais do que duplicado o volume de negócios, para 40 milhões de euros.
 
Outros mercados
Além de Espanha, a empresa tem outros mercados no horizonte, como o alemão ou o escandinavo. O objetivo é que estes dois mercados, juntos, representem 35% da faturação em 2025.

"Atualmente, na Alemanha temos pouco mais de 10% [das vendas totais], um bocadinho menos do que em Espanha, enquanto o mercado da Escandinávia (incluindo a Noruega, Finlândia, Suécia e Dinamarca) representa cerca de 15%, mas queremos crescer lá pela exigência de produtos, de tecnologia, ambiental e de 'design'", referiu.
 

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