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Veganismo além do prato: sapatos sem matéria-prima de origem animal são tendência no Brasil

Conheça marcas como Insecta Shoes e Urban Flower que usa garrafas PET e erva mate para produzir calçado e acessórios

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Veganismo além do prato: sapatos sem matéria-prima de origem animal são tendência no Brasil

Muito além dos alimentos, o veganismo tem se estendido para outros itens como roupas e maquiagens. Surfa nessa moda da produção livre de qualquer envolvimento animal os calçados veganos, produto cada vez mais cobiçado pelos consumidores das novas gerações.

A Insecta Shoes, marca de sapatos e acessórios veganos e ecológicos, foi uma das pioneiras do segmento. Ela nasceu com Bárbara Mattivy, que em 2011 abriu uma loja de artigos usados online, que acabou por se transformar numa loja de calçado.
Na altura, conheceu Pamella Magpali, e as duas tornaram-se sócias. 

"Tínhamos algumas roupas com estampagens super bonitas na nossa loja, mas que estavam separadas para serem consertadas. A Pam então sugeriu que as transformassemos em sapatos" – diz Bárbara.
Pamella saiu do negócio após um ano e meio, mas antes disso, as duas descobriram que poderiam fazer de cinco a seis pares de sapatos com apenas uma peça de roupa – o que acaba por dar uma certa exclusividade ao sapato.

Hoje, além das roupas vintage, a Insecta usa garrafas PET e algodão reciclado, borracha reaproveitada e resíduos de produção para transformar em sapatos novos. Com os mesmos materiais, vendem ainda mochilas e, em breve, bolsas reutilizáveis.

Bárbara explica que produzir um sapato vegan vai muito além de não utilizar couro. Incluem-se na lista lã, seda e pérolas. 

"Poderiamos também usar produtos que vêm do petróleo, mas estes prejudicam o meio ambiente", complementa Bábara.
Foram essas características que chamaram a atenção da estudante Laura Pacheco, apesar não ser adepta do veganismo. 

"Eu entrei em contacto com a marca porque muitas pessoas que eu sigo são vegan ou procuram produtos "cruelty-free" (que não são testados em animais). Mas, apesar de eu admirar essas duas posições, não sou adepta a nenhuma delas", diz.

Para completar o ciclo, a Insecta também recebe uma média mensal de três sapatos usados que voltam dos clientes, que vão para a reciclagem. A parte de tecido vira palmilha e a sola vira borracha para outras solas. Nessa dinâmica, a marca cresce 30% ao ano.

Além do e-commerce, a marca tem loja física em São Paulo e Porto Alegre, e pontos de venda fora do Brasil, dentro de lojas do nicho de moda sustentável ou de sapatos vegan.

Compete pelo espaço do e-commerce a marca vegan Urban Flowers, que foi fundada por Cecília Weiler em 2014, quando tinha apenas 16 anos. Na altura, revendia marcas mas logo entrou na onda da produção própria.

Os sapatos vegan da Urban Flowers são feitos de materiais sintéticos, termoplásticos reciclados e de tecidos que foram descartados pela grande indústria. Até restos de erva de mate são utilizados.

"Muitos fatores envolvem o veganismo. Além de não usar nada de origem animal, há muitos conceitos que são discutidos, como: fazer testes em animais ou empresas que compram matéria prima de outras empresas que fazem teste em animais" diz Patrick Lenz,  sócio de Cecília desde 2017.

Este explica que a produção, feita no Vale do Sinos do Rio Grande do Sul, é pensada fora da caixa das tendências passageiras, demonstrando uma preocupação com o consumo consciente.
 
– Tentamos fazer algo equilibrado, que a pessoa possa usar hoje e não tenha problema em usar daqui dois anos.

A produção é virada exclusivamente para a venda via internet e chega a todo o Brasil, especialmente a São Paulo, onde está maior quantidade de consumidores. 

– O movimento está a ir para o Brasil em força. Na Europa, ele já é enorme – lembra Lenz.

Fonte: gauchazh.clicrbs
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