A marca reconhecida globalmente quer caminhar para o êxito com base na «qualidade de excelência» que já exerce desde a criação. Reforçar a presença nos EUA é um dos objetivos da Carlos Santos, que aposta nas redes sociais para promover a sua imagem pelo mundo.
A empresa de São João da Madeira, detentora da marca Carlos Santos, que oferece uma «longa experiência de inovação» em calçado para homem. «Eu era funcionário e comprei a empresa. Já é de 1942. Sou detentor da Zarco há muitos anos e, claro, a uma certa altura entendemos colocar o nome do próprio empreendedor, que sou eu, na marca», afirma Carlos Santos.
A marca de calçado epónima ao empresário, que se distingue no mercado pelo «detalhe, dedicação e rigor», releva-se como um produto de luxo para um segmento médio-alto. «É um artigo sempre ímpar, em que a evolução é relativa porque o produto é um clássico intemporal de luxo com detalhes, pormenores, mas sempre dentro do mesmo estilo clássico inovador», indica o próprio.
Experiência e qualidade são alguns dos fatores que definem a Carlos Santos enquanto insígnia, não só pela longa existência da marca, mas também pela escolha das matérias-primas provenientes de França e Itália. «Temos um conceito de qualidade porque somos muito rigorosos na seleção de todos os materiais e do nosso conhecimento e a marca é evidenciada por esse nível de produto que é», assegura Carlos Santos.
«Fundamentalmente usamos um material que se chama Boxcalf, que é mais incidente na origem francesa, e é isso que utilizamos há muitos anos. Normalmente não mudamos muito porque sabemos o que queremos e é o que melhor de adapta ao no nosso produto», acrescenta.
Com a ajuda de 92 colaboradores, a Zarco também trabalha em regime private label para marcas que se «projetem na mesma qualidade» que a Carlos Santos, que ocupa uma representatividade de cerca de 40% da empresa especialista em calçado. «Estamos a projetar já há uns anos e sempre cada vez mais a dar-lhe força. O objetivo é ter a maior parte da produção para a marca própria. É uma mais-valia», revela Carlos Santos ao Portugal Têxtil.
Mercados e comunicação
À escala nacional, a Carlos Santos está presente no Porto e em Lisboa, nas lojas Rosa & Teixeira e Marques Soares. No entanto, o maior volume de vendas concentra-se maioritariamente na exportação e na plataforma de comércio eletrónico da marca. «Estamos em muitos mercados, mas temos alguns mais incidentes, como é o caso de França, Inglaterra, Holanda e Bélgica. Etamos também na Polónia, Singapura, Hong Kong e no Japão», aponta. Mesmo assim, aumentar a aposta nos EUA é um dos passos a completar para a Carlos Santos. «Há mercados que já estamos a trabalhar, mas que queremos desenvolver mais, como é o caso dos EUA, um mercado que nos interessa», confessa o empresário.
O futuro da Carlos Santos passa por promover a imagem da marca através das plataformas digitais. «Queremos apostar cada vez mais no online, no site e tudo o que isso engloba. Entendemos que a comunicação é importante e hoje sabe-se tudo em qualquer parte do mundo. Temos que promover as redes sociais porque é isso que faz reconhecer quem somos e onde estamos», considera.
Ainda que 2019 não tenha sido um ano de crescimento, a Carlos Santos está representada em «cidades importantes que atuam como janelas para o mundo». «Não estamos preocupados em fazer quantidades fora daquilo que é a nossa pretensão porque queremos que a qualidade seja cada vez mais superior. Felizmente sentimos que estamos a evoluir porque há mais reconhecimento da própria marca, não foi todavia um ano fácil mas estamos a caminhar para que realmente se consiga obter êxito», afiança Carlos Santos, que salienta ainda que o futuro do sector, na perspetiva do empresário, não passará «pela facilidade de mão de obra barata nem pela produção de sapatos só pela facilidade do preço, mas sim por um produto valorizado que se possa defender perante os custos».