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Fábricas Portuguesas calçam militares, polícias e bombeiros, do Mediterrâneo aos países nórdicos

terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Fábricas Portuguesas calçam militares, polícias e bombeiros, do Mediterrâneo aos países nórdicos

Os sapatos da 2Work4 saem da fábrica a um preço médio de 25€ por par, 30% acima da média da industria nacional e quando o destino é a Escandinávia, podem atingir os 40€.

Especializada em calçado profissional e de segurança, em que 90% da sua  produção  se destina à exportação, entre 2006 e 2007 a Albano Miguel Fernandes SA, duplicou as vendas, cresceu 35% no ano passado para facturar 3,7 milhões e anuncia previsões optimistas para 2009.

“ Estamos até espantados coma dinâmica deste nicho” afirma ao Expresso Albano Fernandes da Empresa, que em 2005 decidiu apostar na marca 2W4 e nos sapatos de segurança, abandonando o trabalho em regime de subcontratação, com calçado casual.

Com 35 trabalhadores e uma produção anual de 140 mil pares, a empresa  espera fechar 2009 com uma produção de 200 mil pares, confiante no potencial da sua oferta, assente numa gama de 60 modelos, capacidade de resposta rápida, design e inovação.

Aproximar os modelos técnicos da tendência da moda é uma das apostas desta empresa que faz parte das PME inovadoras da COTEC- Associação Empresarial para a Inovação e que conquistou em 2007 o prémio de produto inovador do GAPI –CTCP. Possui um gabinete de investigação e desenvolvimento e está a trabalhar em parceria com empresas europeias líderes nos seus sectores para desenvolver um novo produto.

Escandinávia, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Suiça e Áustria são os principais mercados da 2W4 e das suas biqueiras de policarbonato, palmilhas de protecção Kevlar e solas de Eva e Micro. As encomendas chegam de forças de segurança, mas também de empresas, como  a Würth, Volvo, Ikea e  Autoeuropa.

O calçado de segurança é um dos que mais tem crescido em Portugal. Com 2 pólos Industriais situados em Guimarães e na Benedita, em Leiria, com  empresas especializadas em fornecer sapatos tecnologicamente inovadores, à prova de bala e anti-chama, às forças militares e corporações de bombeiros Europeias.

É o caso da Serralheiro e Irmãos, com uma produção anual de 45 mil pares e 40 trabalhadores, que calçou recentemente os bombeiros franceses e os carabinieri Italianos. Força Aérea, marinha e bombeiros portugueses também são seus clientes, mas a exportação absorve mais de 90% da sua produção, em especial para forças militares, bombeiros e policia de França, Inglaterra e Bélgica.

Quem trabalha no sector sabe que pode ser mais fácil vencer concursos no estrangeiro do que conquistar encomendas nacionais, já que o preço médio de calçado técnico e de segurança utilizado no país é 60% mais barato do que o preço médio das exportações.

A Trofal, por exemplo ganhou à 5 anos um concurso para fornecer a liga de Bombeiros Portugueses, mas foi entretanto preferida por sapatos fabricados no Leste Europeu. A empresa continua no entanto a ser escolhida para calçar bombeiros na Alemanha, Espanha e França, assim como exércitos dos respectivos países.

Calçado técnico e de segurança em Portugal
Um negócio em expansão


PREÇO
Na exportação, o preço médio do calçado de segurança fabricado em Portugal é de 21,07€, com a Noruega a pagar 50,37€ por par. Na importação, o preço médio desce para 11,7. Em média os portugueses compram estes sapatos por 13,45 € o par.

PRODUÇÃO
Em 5 anos a produção nacional de calçado de segurança cresceu 13%, para fechar 2007 com 1,2 milhões de pares e um volume de negócios de 28,5 milhões de Euros.

CONSUMO
Em numero de pares, o consumo interno mais do que duplicou desde do inicio da década, os portugueses compraram 879.521 mil pares destes sapatos em 2007, num valor de 11,48 milhões de Euros.

IMPORTAÇÃO
Desde 2000, as importações duplicaram, somando 770 mil pares e 8,6 milhões no ano passado. China e Espanha são os principais fornecedores.

EXPORTAÇÃO
As exportações de calçado de segurança cresceram 18,4%em volume e 17% em valor nos últimos 5 anos. Em 2007 as fábricas especializadas neste segmento, venderam ao exterior 1,1 milhões de pares, no valor de 25,6 milhões de Euros. A Alemanha é o principal cliente, seguido da França, Irlanda, Reino Unido, Suécia, Holanda e Angola.


Fonte: Expresso,16.Jan.09
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