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Austrália e Japão vão importar mais sapatos portugueses

domingo, 21 de setembro de 2008
Austrália e Japão vão importar mais sapatos portugueses

Compradores asiáticos e da Oceânia reforçam carteira de clientes do sector de calçado.

A retracção no consumo não parece ter chegado à capital mundial da moda. Durante quatro dias, pela feira de calçado de Milão, a Micam, passaram milhares de visitantes profissionais e o balanço dos empresários portugueses é positivo. Há mesmo quem regresse com a posição de tal modo reforçada junto dos clientes que estes já duplicaram as encomendas em relação à época passada. Milão acolheu bem os 80 empresários portugueses, a segunda delegação estrangeira mais numerosa na maior feira de calçado do mundo.

Luís Carlos, da Di Stilo, não escondia a satisfação. Razões não lhe faltavam: "Conseguimos mais nesta feira do que em qualquer outra. Ficou muito acima das expectativas." Não só conseguiu novos clientes na Austrália, Japão, China, Holanda e Bélgica, como nestes dois últimos mercados se trata de clientes com cadeias de lojas. "Não sentimos qualquer clima recessivo, bem pelo contrário. Os que já eram nossos clientes duplicaram as compras e, em alguns casos, até mais do que isso. Foi muito, muito bom mesmo", sublinha.

São as marcas mais recentes as que, naturalmente, apresentam resultados aparentemente menos satisfatórios. As vendas vão crescendo, mas não ao ritmo que se desejava. Que o diga Miguel Abreu, da Whywe, detentora da marca Goldmud, e Sílvia Marinho, da Sintonia, proprietária das marcas infanto-juvenis Telmee e Telyoh. Criadas há apenas dois anos, ou seja, há quatro estações, sentem ainda as dores de crescimento. "As perspectivas são boas, mas evoluímos lentamente. Não são os saltos que gostaríamos de dar", diz Sílvia Marinho. Mas o balanço geral "é muito positivo", até porque, em Milão, conseguiram um agente na Alemanha e potenciais importadores para a Rússia e Austrália. E a entrada na Turquia. "Estamos a conseguir afirmar-nos perante novos clientes, que chegam e gostam da colecção. Os clientes da estação anterior voltaram. É sinal que gostaram", sustenta.

No mesmo sentido vão as afirmações de Miguel Abreu. "A feira correu bem, mas sem vendas extraordinárias. Mantivemos as vendas do ano passado", refere. No entanto, a Micam serviu para assegurar agentes para a região do Benelux, além de apalavrar outros para Inglaterra e Alemanha. "É fundamental para nós arranjarmos novos mercados e, nessa perspectiva, foi muito positivo. Digamos que foi uma feira fundamentalmente de muito bons contactos", diz. A marca vende 10 a 15 mil pares ao ano. O objectivo é, dentro de cinco anos, vender 100 a 150 mil pares.

Fonte: Diário de Notícias,21.Set.08
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