APICCAPS e AICEP vão gastar oito milhões de euros em 15 mercados. MICAM arranca hoje em Milão.
O único país da Europa com saldo positivo na balança comercial no sector pretende manter o ritmo das exportações, que terão superado em 2007 os 90 por cento da produção. Um valor que só foi possível alcançar graças a um crescimento das vendas para o exterior que segundo Fortunato Frederico, presidente da maior associação representativa do sector, a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), se cifrou nos três por cento em 2007.
Ainda que muito longe dos valores conseguidos noutros mercados, como a França, a Holanda ou a Espanha, até a Itália começa a abrir espaço para sapatos made in Portugal, como se percebe pelo aumento de quase 38 por cento, para 17 milhões de euros, das exportações para este país, onde de hoje até sexta-feira 80 empresas portuguesas se mostram na maior feira do sector, a Micam.
É a 2ª paragem de promoção do calçado português este ano, depois de Riva del Garda, também em Itália, Milão. A verba para promoção do sector para 2008 foi reforçada em 21,4 por cento, para os oito milhões de euros, verba esta suportada pela APICCAPS e pela Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). Vão participar 140 empresas em eventos em 15 países - na Europa, mas também em Angola, Rússia, China e Japão, sendo a Ásia, para além do maior produtor mundial, com uma quota que ultrapassa os 80 por cento, um dos mais promissores mercados, que importa apenas 41 por cento do que consome.
A Micam, uma feira onde, mais do que sapatos, se promove moda, qualidade, design, aspectos incorporados na última década por cada vez mais empresas portuguesas, que assim têm conseguido entrar em mercados exigentes, como é precisamente o caso do italiano. Tem sido essa a fórmula do sucesso das 80 firmas que fizeram questão de se fazer representar em Milão, cuja feira é para Fortunato Frederico "uma boa oportunidade para promover a excelência do calçado português".
Quando visitar a feira amanhã, o ministro da Economia, Manuel Pinho vai deparar-se com uma delegação com um volume de negócios anual de 378 milhões de euros, quatro quintos dos quais conseguidos fora da fronteira portuguesa. Isto, apesar de algumas condicionantes, como o Verão excessivamente longo, que, segundo o presidente da APICCAPS, "foi um obstáculo para as empresas no segundo semestre do ano" e a sucessiva depreciação do dólar (e das divisas indexadas à moeda americana) que, a par de barreiras à importação, "têm dificultado a penetração do calçado português em mercados extracomunitários considerados de elevado potencial de crescimento", assinala.