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Região Norte vai apostar em inovação e conhecimento

domingo, 3 de fevereiro de 2008
Região Norte vai apostar em inovação e conhecimento

As grandes prioridades da Região Norte para o novo ciclo de apoios comunitário, que irão absorver mais de mil milhões dos 2,7 milhões de euros de dotação global deste programa operacional até 2013,assentam essencialmente, em Inovação e Conhecimento.

Em entrevista à Lusa, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Carlos Laje, justificou a primazia dada ao conhecimento, competitividade e inovação com a necessidade de "manter o Norte como uma região industrial", mas agora mais marcada pelas novas tecnologias e competências científicas. A região já regista maior número de patentes a nível nacional, mas a CCDR-N quer apostar na renovação das indústrias tradicionais e no desenvolvimento científico e tecnológico. O Programa Operacional Novo Norte 2007-2013 tem a maior dotação financeira global dos programas operacionais regionais: 2,7 milhões de euros (36,8 por cento dos PO), repartidos por cinco prioridades estratégicas.

Trata-se da região mais exportadora do país (41 por cento do total), sobretudo de produtos dos sectores ditos "tradicionais", como os têxteis, vestuário e calçado, no entanto Carlos Laje reconhece que "a base industrial do Norte é demasiado estreita", apesar da evolução positiva nos últimos anos.

O sector do  calçado, por exemplo, "começa a surgir como um caso de sucesso", com indústrias que apostam cada vez na estética e na qualidade. Em simultâneo, pretende-se maior aproximação ao consumidor, através de marcas próprias e redes de distribuição adequadas. "Torna-se necessário substituir/transformar empresas que manufacturam por empresas que vendem", indica o documento.

O têxtil é outro sector em mudança, "que está a reagir e a superar dificuldades", explorando nichos de mercado como os têxteis técnicos. O peso do sector industrial no tecido económico desta região tem diminuído a favor dos serviços, mostrando que a economia está a modernizar-se, mas Carlos Laje frisou que a região deve manter o seu perfil industrial, ainda que mais moderno e diversificado.

Além dos sectores ditos tradicionais, que concentram grande parte do emprego a nível regional, o PO Norte vai apostar também nas actividades emergentes. "Não podemos ambicionar competir em todos os sectores. Queremos continuar com o que nos notabilizou, mas apostando também no aproveitamento de novas áreas, como a saúde, e na aglutinação de competências científicas e tecnológicas".
Exemplos disso são a recém-criada superstrutura portuense que congrega três das maiores entidades de investigação científica em Portugal (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde) ou o futuro Laboratório Ibérico de Nanotecnologia, que ficará sediado em Braga.

No anterior Quadro Comunitário de Apoio (QCA), o Norte recebeu cerca de 2863 milhões de euros, provenientes de vários fundos, contra os 2711 milhões inscritos no novo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), financiados exclusivamente pelo Feder. No entanto, isto é apenas um terço das verbas que Carlos Laje estima que vão ser canalizadas para a região, através dos programas nacionais (Factores de Competitividade, Potencial Humano e Valorização do Território), num montante superior a oito mil milhões de euros.

Quanto à execução do anterior QCA, no final de 2007, a taxa de aprovações rondava os 98,5 por cento. "Há ainda investimentos que estão a ser feitos (cerca de 400 milhões de euros). Estamos a pressionar as entidades promotoras para executarem os seus projectos até meados deste ano, para fecharmos o programa", adiantou Carlos Laje.

Fonte: Público, 03.Fev.08
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