Notícias

Indústria de calçado acelera vendas nos EUA e China

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Indústria de calçado acelera vendas nos EUA e China

A indústria portuguesa de calçado está focada em vender para fora da Europa. EUA são agora uma das principais apostas. China e Colômbia também são mercados prioritários.

Luís Onofre, Miguel Vieira, Carlos Santos e Profession Bottier - marcas portuguesas de calçado de luxo - estão a focar a sua estratégia de diversificação de mercados nos EUA. O acordo comercial entre a União Europeia e os EUA, que está em fase final de negociação, irá facilitar as trocas comerciais entre os dois continentes. Os empresários presentes na Micam, a maior feira de calçado do mundo, que ontem terminou em Milão, Itália, justificam a aposta do outro lado do Atlântico com o facto dos EUA serem o maior comprador de calçado do mundo e também pela necessidade de conquistar novos destinos de exportação para fugir a uma Europa economicamente deprimida.

Miguel Vieira abriu um ‘showroom para a sua coleção de vestuário de criança em Los Angeles, que está a ser um sucesso e a "ideia é agora levar as outras coleções" da marca própria. "É uma grande aposta e só é feita agora porque queríamos atingir um patamar elevado", diz o designer. Carlos Santos está há três anos a fazer quatro feiras anuais nos EUA e já exporta 15% dos 9,6 milhões de vendas feitas em 2014. "É um trabalho que se faz passo a passo, ninguém tenha pretensões de chegar e realizar vendas fantásticas", diz o empresário.


Luís Onofre, Profession Bottier ou Lemon Jelly estão a dar os primeiros passos. Rúben Avelar, da Profession Bottier, adianta que no ano passado vendeu cerca de 100 pares de sapatos para os EUA, um volume residual num total de vendas de 6,5 milhões. "Não é de um dia para o outro" que se ganha o mercado, "é preciso ser persistente", diz. Luís Onofre conta com sete clientes na América e tem "quatro com vontade de ver a coleção". O designer acredita que o futuro acordo EUA/UE possa dar um empurrão nas vendas, que em 2014 ficaram nos 11 milhões, para este mercado. A Lemon Jelly, marca com 18 meses de vida comercial, já está "a começar a vender para os EUA", realça José Pinto, administrador.

A Tatuaggi está mais centrada na China, onde já tem cinco lojas entre Xangai e a região Sul e está prestes a fechar um acordo para abrir em Beijing e zona Norte, adianta José Alberto Silva, diretor da empresa. Mas esta marca chega a praticamente todo o mundo e os EUA não são excepção. "Há mais de 15 anos que fazemos o mercado dos EUA", realça o responsável da Tatuaggi, que exporta 100% dos sete milhões de faturação. A China também está na mira da Profession Bottier, assim como o Japão. Rúben Avelar tem o objetivo de garantir 15 a 20% das vendas nestes mercados até 2020.

A Nobrand, marca do grupo Pedreira, está a finalizar um ‘showroom em Xangai para reforçar as exportações. E decidiu apostar forte na Colômbia, onde vai abrir a sua primeira loja de marca com um parceiro local, disse Sérgio Cunha, presidente executivo do grupo que fatura 55 milhões. A loja abrirá próximo do Verão em Bogotá.

Fonte: Económico,18.fev.201
2463

Voltar