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Portugal no top 7 dos exportadores de artigos de couro

terça-feira, 1 de agosto de 2017
Portugal no top 7 dos exportadores de artigos de couro


O World Footwear, a radiografia do calçado a nível mundial, acaba de ser divulgado. A China continua a dominar a produção e o consumo.  Portugal reforçou, em 2016, a sua posição no mercado mundial de calçado, subindo da 10ª para a 7ª posição na lista dos principais exportadores de calçado de couro, o segmento de maior valor acrescentado. Em termos globais, Portugal é o 13º na lista dos maiores exportadores e o 17º no ranking dos maiores produtores de calçado, com quotas de 0,4% e 1,7% respetivamente.

A China continua a liderar o mercado mundial de calçado, quer como produtora quer como consumidora, mas está a perder terreno: perdeu dois pontos percentuais na sua quota de produção, ao mesmo tempo que países como a Índia, o Vietname, a Indonésia, a Turquia e o Bangladesh, bem como o Brasil, reforçaram a sua posição. Estes são dados do World Footwear Yearbook 2017, a publicação da Associação dos Industriais de Calçado (APICCAPS) divulgada recentemente e que vai já na sua sétima edição. João Maia, diretor-geral da associação, destaca, precisamente, o crescimento do peso europeu nas exportações internacionais. A Europa cresceu três pontos percentuais e é, agora, responsável por 13,5% de todos os pares de sapatos exportados no mundo, a percentagem mais elevada da última década, sendo que a quota em valor é, agora, de 35,2%, a mais alta desde 2012. A Ásia, apesar de uma ligeira quebra, mantém uma posição invejável, sendo a origem de mais de 60% do valor das trocas comerciais de calçado e de mais de 80% do volume.

Em termos de consumo, o desenvolvimento demográfico e económico continua a impulsionar o crescimento da quota asiática que atingiu, em 2016, o seu valor mais alto de sempre nos 54%. Por países, a China consome, anualmente, 3.871 milhões de pares, uma quota de 18,3%, seguida dos EUA (2.289 milhões de pares e 10,8% de quota) e da Índia (2.250 milhões de pares e 10,6% de quota). Significativo é saber que tanto a Europa como a América do norte como um todo compram menos sapatos do que a China por si só. No que às importações diz respeito, os Estados Unidos mantêm-se como o maior importador mundial de calçado, mas o país está a perder terreno, com uma quota que é, agora, de 19,6%. Mesmo assim, a enorme distância do segundo país no ranking, o Reino Unido com 6,2%. É a diferença entre os 2.342 milhões de pares de sapatos importados pelos americanos versus os 745 milhões dos ingleses. Por continentes, a Europa lidera com mais de um terço das importações mundiais de calçado. A Ásia cresceu 5 pontos percentuais na última década e ultrapassou a América Norte, ocupando a segunda posição, com 25,6%.

O ano de 2016 fica, ainda, marcado por uma redução do preço médio global de exportação do calçado a nível mundial que é, agora, de 8,84 dólares por par, e pode significar, diz o estudo da APICCAPS, que “a indústria está a entrar num período de competição mais intensa”. Até porque “nem a crise económica de 2008 a 2010 havia impedido o crescimento do preço médio, da ordem dos 45% entre 2006 e 2014”. O preço médio dos sapatos portugueses manteve-se estável, passando de 26,08 dólares em 2015 para 26,09 dólares em 2016. João Maia acredita que a quebra do preço médio mundial se deve a uma certa “alteração no mix de produtos”, já que se tem assistido, na última década, “a uma substituição muito grande do calçado de couro por outro tipo de calçado, mais informal, como os sneakers“, cujo preço médio é, por norma, mais baixo. Veja-se que as exportações mundiais de calçado têxtil viram a sua quota triplicar na última década, passando de 10% em 2006 para quase 30% o ano passado.

Fonte: https://www.dinheirovivo.pt
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