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Com mercado saturado, calçado italiano pretende conquistar classe alta brasileira

sexta-feira, 6 de março de 2009
Com mercado saturado, calçado italiano pretende conquistar classe alta brasileira

A tarifa de importação assusta, mas não mantém afastado o sector de calçado italiano do mercado brasileiro.

 Segundo o presidente da Associação Nacional de Calçadistas da Itália (Anci), Vito Artioli, a oferta de calçado italiano no Brasil só tende a aumentar.

A barreira tarifária é a que mais incomoda os exportadores italianos. Enquanto a tarifa de importação brasileira é de 35%, o calçado brasileiro que entra na União Europeia é taxado em 8%, questão já abordada  por Artioli no encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Fevereiro na feira Couromoda, em São Paulo.
 
“Esse é um problema que não é de fácil solução e que não vamos resolver em breve. O presidente Lula mostrou-nos grande abertura, mas esses são problemas que ele não pode resolver pessoalmente. Tem a ver com o Mercosul, com a União Européia e as normas do comércio internacional, e todo mundo tem que concordar”, diz o presidente da Anci.
 
Para Artioli, no entanto, as actuais condições económicas brasileiras, consideradas boas num mundo em plena crise, são suficientes para colocar o país num patamar interessante para o produto europeu.

“O Brasil é um país em desenvolvimento, mas a verdade é que entre outros países, é o que sofre menos. Basta ver os índices da economia”, diz. Só no ano passado, o Brasil importou 60 mil pares de sapatos da Itália, a um preço médio de 90 euros.

A expectativa de ambas as partes é incrementar o intercâmbio comercial no sector. Segundo Artioli, não há concorrência. “O produto italiano e o brasileiro integram-se, porque há muito tempo não produzimos calçados de preço baixo. E estamos certos de que os de custo mais baixo, brasileiros, são produtos de alta qualidade, que são uma garantia para o consumidor europeu”.

 Crise
Na Micam, é difícil perceber que o mundo vive uma crise económica. Os corredores onde expõem grifes de preço altíssimo seguem movimentados.

 A expectativa para a feira permanece elevada, segundo Artioli. Embora, nesta edição,o evento conte com 50 expositores a menos.

 “São expositores menores", diz o presidente. “Com a crise, os pequenos estão a trabalhar para os grandes”, explica.

Para avaliar os efeitos da crise sobre o sector, a Anci deve produzir um levantamento das perspectivas dos industriais do calçado presentes no evento. A intenção é entrevistar pelo menos mil expositores para avaliar o mercado.

“O momento que estamos a atravessar é muito indeterminado, e não tenho uma bola de cristal. Mas temos muitos meios hoje de enfrentar o problema. O medo da crise é 50% dela”, afirma.

Fonte: G1,04.Mar.09
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