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Aerosoles tem viabilidade económica

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Aerosoles tem viabilidade económica

O grupo de calçado português Aerosoles tem "viabilidade", segundo as conclusões preliminares do estudo pedido pelo Ministério da Economia e Inovação à consultora Roland Berger.

O presidente do conselho de administração do grupo Investvar, Artur Duarte, adiantou, em declarações à imprensa, que o documento conclui existirem as "alavancas necessárias e suficientes que permitem a sua viabilidade". Designadamente, o facto de a empresa ter "mercado, indústria e rede de distribuição".

O accionista garantiu, também, que no curto prazo "não se prevê despedimentos, para além do processo que já está a decorrer", e que implica a dispensa de cerca de 120 trabalhadores (15% da força de trabalho) em várias unidades industriais, através de rescisões amigáveis.

Reafirmando que o problema da empresa é "financeiro", Artur Duarte adiantou que essa questão será resolvida em breve, sem especificar de que forma. Neste momento, o passivo conhecido da Aerosoles é de 37 milhões de euros em dívidas à banca, e de mais de 10 milhões de euros de créditos aos fornecedores, que devido à falta de pagamento se recusam a vender matéria-prima ao grupo. O gestor admitiu que este problema será ultrapassado, permitindo, nomeadamente, o pagamento aos fornecedores e os salários de Janeiro aos trabalhadores.

Artur Duarte frisou que o estudo ainda está numa fase inicial e que dentro de três semanas deverá haver mais detalhes sobre o plano de reestruturação que o grupo irá sofrer. O gestor reconheceu que o plano vai "obrigar a mudanças nos custos e na gestão" do grupo, que poderão até levar à sua saída da administração da empresa. "Se for do interesse dos restantes accionistas sairei", afirmou o fundador da Aerosoles.

A empresa de calçado tem, actualmente, encomendas no valor de 14 milhões de euros até Março, que estão em risco devido à falta de matéria-prima. A Aerosoles emprega 1363 trabalhadores em vários países. Em Portugal dá emprego a 680 pessoas em diversas fábricas localizadas em Esmoriz e Castelo de Paiva.

Além de Artur Duarte, o principal accionista individual, o grupo é detido pelas empresas de capital de risco estatais, Inov Capital, Change Partners e AICEP Capital, que detêm 56% da empresa de calçado.

Fonte: JN, 29.Jan.08
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