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A revolução da Lavoro

terça-feira, 11 de setembro de 2018
A revolução da Lavoro

As botas Fénix vieram revolucionar a vida dos bombeiros, portugueses e não só, garantindo uma verdadeira proteção antifogo. A versão 2.0 está já a chegar ao mercado.
«A segurança pessoal em incêndios florestais é uma grande preocupação. Os bombeiros chegaram a ter de caminhar sem botas sobre material incandescente, porque as solas se desintegraram», começou por explicar Ricardo Oliveira, da ADAI – Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, da Universidade de Coimbra, na apresentação do projeto das botas resistentes a incêndios durante a 8.ª Conferência Europeia de Vestuário de Proteção, que decorreu entre 7 e 9 de maio no Porto, sob a Chancela do Citeve.

O projeto, que teve início em 2013, no seguimento dos graves incêndios desse ano em Portugal, juntou a ADAI, o seu Centro de Estudos de Incêndios Florestais e a empresa de calçado Lavoro para criar as botas Fénix, construídas com couro resistente à água e respirável, incorporando ainda uma membrana com elevada resistência à abrasão, proteção em aço dos dedos, palmilha em aramida para resistir a perfurações, uma sola interior em cortiça e sola exterior em borracha vulcanizada, que garante a estabilidade da aderência mesmo em condições extremas. «Foi testada até aos 500 ºC durante 20 minutos», revelou, ao Jornal Têxtil, Rui da Silva, diretor de vendas do mercado espanhol e responsável pelo mercado bombeiro/militar da Lavoro, à margem da conferência.

O mantra da inovação

Além da resistência a altas temperaturas, a bota foi também pensada para facilitar a vida aos bombeiros em termos de conforto, com características desenvolvidas no Spodos – Foot Science Center da Lavoro. «Sabemos que os bombeiros levam muita coisa: a farda, a mangueira, a botija de oxigénio,… Todos os elementos pesam. O que tentámos fazer? Uma bota o mais ergonómica possível, que não fosse um pesadelo para quem está oito ou 10 horas a combater um incêndio», afirmou, ao Jornal Têxtil, Rita Pedrosa, podologista e responsável técnica do Spodos. «E fizemos isso. Primeiro, a parte ergonómica e anatómica, depois fomos buscar um elemento muito importante, que é a numeração. Quase ninguém utiliza o sistema monopoint R1, que calça de 5 em 5 milímetros. Sabemos que o bombeiro, ou a pessoa que vai adquirir estas botas, está sempre muito bem calçada, porque o normal é ser de 7 em 7 milímetros, logo sabemos que vai calçar menos gente ergonomicamente falando», frisou.

À versão original, que nos últimos dois anos vendeu mais de 6.000 pares apenas no mercado nacional, a Lavoro acrescentou algumas melhorias e está agora a apresentar a versão Fénix 2.0. «Quando lançámos o modelo original foi, de facto, uma evolução, alguma coisa que ia para além do que as normativas pediam. Nesta segunda versão, mantemos a sola, que era a principal característica, e melhoramos os pontos onde havia margem de progressão», destacou Rui da Silva.

Entre as inovações – desenvolvidas com a colaboração dos próprios bombeiros, que testam as botas e dão o seu feedback – está a melhoria do corte (a parte de cima da sola). «Entraram aspetos biomecânicos e ergonómicos: proteções do maléolo, que não tinha e agora tem, o nosso contraforte tem uma anatomia diferente para permitir uma melhor flexão, tem proteção do metatarso», enumerou Rita Pedrosa, que sublinhou ainda o facto de a nova bota vir «com três palmilhas diferentes, de materiais distintos, para os bombeiros poderem escolher a que gostam mais».

Ordem para internacionalizar

Com a Fénix 2.0, a Lavoro vai ainda avançar para os mercados internacionais, algo que começou a trabalhar na própria ECPC. «Deste evento levámos já um contacto sueco devido a esta bota. A senhora viu o folheto, disse-me que ia ver a apresentação sobre a bota e ficou absolutamente encantada, porque de facto é algo diferente do que há na concorrência», desvendou Rui da Silva.

«Acho que agora temos mais força com a Fénix 2.0, temos força para chegarmos lá fora e dizer: “nós temos. Venham cá fazer melhor”. Não tenho dúvida nenhuma que vai ser uma bota que vai “fazer sombra” a marcas que são especialistas neste tipo de produto», acredita Rita Pedrosa.

No entanto, tal não significa que não haja, no futuro, uma Fénix 3.0, até porque a inovação é uma premissa da Lavoro. «É normal que assim seja, até porque os materiais evoluem. Se não havia solas para 500 ºC, agora há. Temos mesmo de estar sempre a mudar», concluiu Rita Pedrosa.

Fonte: Portugal Têxtil
2013

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